15 de dezembro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 6)




Sarah records


Escrever sobre indiepop sem citar a importância da gravadora de Bristol, é o mesmo que escrever sobre black music e negar o valor da Motown. Não há menor dúvida de que a Sarah foi a gravadora que melhor representou o ideal de fazer música independente.



Em 1987 seus fundadores Matt Haynes e Clare Wadd conseguiram reunir em um só selo, bandas com uma unidade sonora altamente identificável. Você ouve qualquer single da gravadora e percebe de imediato que é uma banda da Sarah. Outro ponto de reconhecimento do catálogo da Sarah era a arte das capas, com fotos que mostram as paisagens e a arquitetura de Bristol.



Bandas como The Poppyheads, Brighter, The Orchids e Blueboy evidenciavam uma sonoridade mais rica em melodias, com climas cheios de pontos melancólicos e algumas com um leve toque folk.




Alguns singles fizeram história, como o primeiro que trazia a banda Sea Urchins com o clássico indiepop "Pristine Christine" passando por "Emma's House" do Field Mice, até Another Sunny Day com "I'm in love with a girl who doesn't know I exist". Um dos melhores títulos de todos os tempos!







Além da administração da gravadora, Matt Haynes e cia editavam o fanzine "Are you scared to get to be happy?", um zine especializado em indiepop.




Desde do começo a Sarah records manteve uma política própria de organização. Adotaram o single de sete polegadas como o formato preferido para lançar as bandas, a tiragem era limitada (por uma questão de custos) e não havia a menor chance de relançamentos de material esgotado.



Isso não quer dizer que a Sarah não trabalhou com outros formatos, muita coisa saiu no formato vinil dez polegadas, lps e até mesmo cds. Além disso ainda havia a chance de você ouvir aquele concorrido single que você perdeu. Pois de tempos em tempos a gravadora soltava ótimas compilações. Sem material inédito. É claro!




Infelizmente a gravadora fechou em 1995. O impacto que essa notícia causou nos fãs de música pop independente surpreende até hoje. Foi criado um fanzine chamado "This August's Farewell Kiss" com depoimento de gente que contava como a Sarah havia entrado na vida de cada um.




Quando a gravadora estava na ativa, os sarahmaníacos organizavam festas temáticas ligadas à Sarah. Logo que foi anunciado o fim da gravadora, com o último lançamento do catálogo, a coletânea "There and back again lane" eles trataram de fazer a
Sarah 100 Party. A festa de despedida com a numeração do último disco da gravadora.




Depois do fim da Sarah, Matt criou a Shinkansen records, sem a mesma força da gravadora anterior. A maioria das bandas da Sarah também acabaram. Outras continuaram por meio de bandas derivadas ou voltaram com a mesma formação. É o caso dos Orchids.




A marca da gravadora é sentida até hoje. Podemos notar isso nas bandas que receberam a influência como o Belle and Sebastian, Pipas e gente nova como a banda Celestial. Sem contar a reprodução de selos que se inspiram no modo de ser da Sarah records. Enfim, um selo fundamental para entender o indiepop.




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