20 de dezembro de 2008

Love Dance (Série Retrospectiva Biff Bang Pop impresso)


O Love Dance abre a série retrospectiva Biff Bang Pop! impresso. A idéia é disponibilizar as matérias que saíram na versão impressa do zine.

Muitas pessoas conhecem o Biff Bang Pop apenas na versão blog. Por motivos de distribuição e falta de grana pra novas cópias e também por alcançar um número maior de leitores vou publicar algumas matérias de edições passadas do zine.

E sim, vou colocar textos do número zero, a edição que teve a menor tiragem. Acho que menos de 50 exemplares. Pode ser que demore um pouco, pois tenho revisar alguns textos.

No mais é isso.

Espero que gostem.

Biff Bang Pop! zine

Número 03

Outubro de 2006


Love Dance

Se naqueles testes tipo "cabra-cega" -muito usado pela revista Bizz
nos anos 80- colocassem qualquer faixa da banda dinamarquesa Love
Dance, eu diria que se tratava de um disco perdido da lengendária
Sarah records.

E ficaria espantado em descobrir que eles começaram há
pouco tempo, e lançaram um disco em 2005 pela gravadora alemã Marsh
Marigold (que já lançou gente como Acid House Kings, entre outros).


Não é difícil confundir Love Dance com as bandas da extinta Sarah.
Eles recriam toda a atmosfera da gravadora de Bristol. Começando pela
capa do single , que mostra uma das paisagens típicas muito usadas
pelas bandas da gravadora.

E depois vem o formato que eles adotaram
para lançar o primeiro disco: single de vinil de sete polegadas. O
formato mais defendido pela Sarah, tanto por causa do preço, qualidade
de gravação e o potencial de encontrar pérolas do pop perfeito. Sem
contar o fetiche de colecionar esses discos!


A música feita por Kristopher, Eirik e Kjetil vão direto ao encontro
das melhores canções de bandas como Field Mice, Orchids e Brighter que
deixaram a sua marca entre 1987 e 1995.

Para conhecer melhor a banda
corra atrás do single que pode ser adquirido na Pop Polar com o Érico
e imagine que você está ouvindo o número 101 do
catálogo da Sarah.

Nota: Quando escrevi esta matéria a loja Pop Polar ainda estava na ativa. Infelizmente ela não existe mais. Agradeço ao Érico por oferecer tantos discos bons em uma das melhores lojas virtuais especializadas em indiepop. Obrigado!

19 de dezembro de 2008

Show Luisa Mandou Um Beijo -Café Elétrico São Paulo


Show acústico da Luisa Mandou um beijo, banda carioca de indiepop. Com um álbum lançado e participações em várias coletâneas, a banda se apresenta pela primeira vez somente com a vocalista Flávia Muniz e o guitarrista Fernando Paiva.

Batizado de Luisa de bolso, a apresentação vem recheada de canções da fase inicial da banda, e uma oportunidade de mostrar como as músicas foram compostas no esquema voz e violão. Sem contar que a banda também vai mostrar novas canções.

O local não poderia ser melhor, o Café Elétrico é o ambiente ideal para o show da Luiza Mandou Um Beijo: aconchegante, bem decorado, intimista e com um atendimento de primeira.


Serviço:

Show Luisa Mandou Um Beijo
Quando: 19/12/2008
Onde: Café Elétrico
Rua Francisco Estácio Fortes, 153- Pacaembu
Tel- (11) 2476-5021
Hora: 19:00

18 de dezembro de 2008

Show Juan Stewart Sesc Vila Mariana São Paulo


Para terminar bem o dia nada melhor do que ver o show de Juan Stewart, artista argentino que vai fechar o festival Cone Sul em Movimento no Sesc Vila Mariana em São Paulo.

Juan fez parte da banda Jaime Sin Tierra, tocando teclado e baixo. De 1998 até 2003 a banda lançou 5 discos. Em seguida ele começou sua carreira solo, com 3 discos na bagagem todos editados pelo selo Estamos Felices. Além disso ele compôs a trilha sonora de filmes como "Nada Solo" , "Como un avión estrellado" e "Mercano El Marciano".

A música de Juan Stewart casa perfeitamente com trilhas sonoras. Suas canções mesmo quando não direcionadas para as trilhas faz conexões com filmes imaginários ou sonhados. Tudo feito com muita delicadeza e detalhes. Uma fusão de caixa de música, atmosfera onírica e tardes de outono.

Serviço:
CONE SUL EM MOVIMENTO
18 de dezembro de 2008, às 20h
Sesc Vila Mariana - Rua Pelotas, 141 - Auditório - São Paulo
R$ 12,00 (inteira); R$ 6,00 (usuário inscrito, + 60 anos, estudante com carteirinha e professor da rede pública); R$ 3,00 (trabalhador no comércio de bens e serviços)

16 de dezembro de 2008

Bolinhas Records


Montar um selo de música hoje parece algo impensável. A indústria fonográfica vive a sua pior não somente financeira como também de identidade. Grandes gravadoras se perderam diante das novas maneira de ouvir música e definitivamente não sabem qua o papel delas no momento.

Longe do universo das grandes gravadoras os selos independentes continuam o seu trabalho. A prioridades são outras, pessoas envolvidas com selos fazem isso por paixão e não estão desesperadas por um contrato milionário. A motivação maior é divulgar e compartilhar bandas que também enxergam a música não como um grande negócio.

Para muitas pessoas esses selos se tornam referência de qualidade. Basta notar a forte presença de selos como Matinée, a eterna Sarah records, Labrador e Siesta. Fãs de música pop independente depositam uma grande confiança nesses selos, criando uma relação tão profunda como uma boa amizade.

Partindo desses princípios surge o selo/gravadora Bolinhas Records. Seguindo a linha de gravadoras como oh! map, Playground Greatest e Asaurus que trabalham seus catálogos em cima da idéia de produzir algo mais pessoal, com a embalagem feita à mão e tiragem limitada. Confira a entrevista feita com a dupla Dione e Carol





BBP - Como surgiu a idéia de criar uma gravadora? Algum selo de indiepop serviu de inspiração?

Eu, Dione, sempre quis fazer algo relacionado ao Indie Pop, a primeira coisa que me veio em mente for ter uma banda, mas aqui em Campinas, eu não consegui membros o suficiente para isso, ai veio a ideia de divulgar bandas, e pra isso foi criado o selo.Eu chamei a Carol, e começamos a trabalhar.
Alguns selos serviram de inspiração, como o WeePop, que é um dos selos que apareceu nos ultimos anos que eu mais admiro.


Biff Bang Pop - Como vocês selecionam as bandas que pretendem fazer parte da Bolinhas records?

Uma parte das bandas selecionadas ja são conhecidas e admiradas por nós, a outra parte são bandas que acabamos descobrindo, o myspace tem se tornado uma ferramenta muito importante nesse processo, o contato, em sua maioria, tem sido feito por meio dele tambem.


Biff Bang Pop -Existem algumas gravadoras independentes que trabalham com diversos formatos (cd, cdr, fitas, compactos de vinil, mp3). Umas trabalham com todos e outras se especializam em apenas um. Como a Bolinhas Records vai trabalhar?

No momento o Bolinhas vai trabalhar com cdr, mais pra frente, existe a idéia de lançar compactos de vinil.


Biff Bang Pop -Planos pra edições especiais, séries limitadas?

Todos os cds lançados pelo Bolinhas teram edições limitadas.
90% do nosso trabalho é feito a mão, embalagem, capa, sendo assim, cada cd lançado vai ser único, carregando um pedaço de nós.


Biff Bang Pop -Se fosse possível escolher cinco bandas para representar o som da Bolinhas records quem vocês escolheriam? Vale qualquer uma!

> Heavenly
> Tullycraft
> Magic Crayon
> Pale Sunday
> The Mathletes

Biff Bang Pop - Vocês podem adiantar alguns projetos? Divulgar em primeira mão qual o lançamento de estréia da Bolinhas Records 0001?

Claro, vamos começar o ano de 2009 com bastante trabalho! O nosso primeiro lançamento será a banda suéca Stars in Coma,que esta com um EP novo, chamado Death and Hope,as musicas ja chegaram à nossas mão e elas estão maravilhosas!Com certeza sera um dos melhores EP's que ele ja lançou. Pretendemos tambem em 2009
lançar alguns splits e tambem fazer algumas compilações.

6 de dezembro de 2008

Franny Glass


Foto por Vane Recagno


Franny Glass é o projeto de Gonzalo Deniz, vocalista da banda uruguaia Mersey. O som é composto por folk rock, sua voz lembra vez ou outra as canções do Belle and Sebastian cantadas por Stuart Murdock. Em outras nota-se o acompanhamento de uma voz feminina. Fortes pinceladas Nickdrakeanas se desenham na faixa "Adiviniando Lo Que Pensas", tanto no tom do canto quanto nos dedilhados de violão.



Seu primeiro disco “Con la mente perdida en intereses secretos”, Fanny Grass despertou os ouvidos de muita gente e ganhou diversos prêmios, como melhor álbum de rock alternativo, melhor trabalho de arte e melhor compositor. É desse disco as belas canções como "Cine y Libros" e "Emilliano y Juana". Em breve vai lançar o seu segundo disco, chamado "“Hay un cuerpo tirado en la calle”



O artista vai se apresentar em São Paulo no Sesc Vila Mariana abrindo o projeto Cone Sul em Movimento. O mesmo festival que reúne Juan Stewart e a banda chilena Caramelitus.

Serviço:
Franny Glass
Projeto Cone Sul em Movimento
Sesc Vila Mariana
Dia 16/12/2008
Maiores informações no portal do Sesc São Paulo

Conheça um pouco mais de Franny Glass no vídeo No pasé durmiendo el invierno"

2 de dezembro de 2008

Projeto/Festival Cone Sul Em Movimento


Nos próximos dias 16, 17 e 18 de dezembro, o projeto Cone Sul em movimento reunirá, no auditório do SESC Vila Mariana, artistas independentes do Uruguai, do Chile e da Argentina. Tradição e novidade experimentados em gêneros como canción, folktronic, eletroacústico, trip hop e ambient.

A pequena mostra trará a São Paulo Franny Glass, Caramelitus e Juan Stewart, artistas com trabalhos de destaque na nova música do Cone Sul. Uruguai, Chile e Argentina, contemporâneos, com o sotaque de hoje!

Serviço:
CONE SUL EM MOVIMENTO
16, 17 e 18 de dezembro de 2008, às 20h
Sesc Vila Mariana - Rua Pelotas, 141 - Auditório
São Paulo

Informações:
Rodrigo Maceira
silaba@silabaosilbido.com

A partir desta semana Biff Bang Pop! vai comentar sobre cada artista que vai participar do projeto Cone Sul. Aguardem!

27 de novembro de 2008

Show do Vaselines no Brasil





Com relativo atraso vou comentar um pouco sobre o show dos Vaselines em São Paulo. Eugene e Frances entraram logo depois do show infinitamente agonizante do Helmet.

Uma pena que a produção escale uma banda que não tem absolutamente nenhuma ligação com os Vaselines. Poderiam ter colocado a Lulina para abrir o show dos escoceses seria mais coerente.

De qualquer forma valeu a pena ter a chance de assistir um show do Vaselines no Brasil, mesmo nessas condições.

Cerca de uma hora depois do prometido na programação do festival SP Noise. Problemas técnicos atrapalharam o início do show. Os microfones não funcionavam, retorno e coisas assim.

Resolvido os problemas a banda entrou em ação, no canto direito Stevie Jackson de férias do Belle and Sebastian auxiliando nas guitarras e seu colega de banda Bobby Kildea, na bateria o cara o Yummy Four. No comando Eugene e Frances heróis da classe de 86, não reconhecidos na época, mas devidamente reparados quando Kurt Cobain os mostrou ao mundo.


A moça exibia simpatia, logo todos notaram que ela é figura falante da banda, contando piadas e interagindo com o público. A banda tocou seus hits caseiros, praticamente todos da compilação que reúne os 3 eps da banda. Muitos fãs da banda cantaram junto músicas como "Oliver Twist, "Rory Ride Me Raw, e "Dying for it". Vale lembrar que boa parte só conhecia as covers feitas pelo Nirvana.

A banda de apoio parecia se divertir tanto quanto o casal central, Stevie Jackson imprenssado no palco e com o seu habitual jeito desengonçado (chegou a derrubar o microfone) soltava o seu lado mais rock. Seu colega de banda Bobby Kildea parecia derreter de calor, enquanto Michael McGurin reproduzia perfeitamente todas as composições do Vaselines.

Quando as batidas de "You think you're a man" (composição do ator/travesti Divine) foram reconhecidas muitos deliraram, cantando com energia a letra simples mas contagiante.

Para finalizar, no bis eles mandaram "Dum Dum", e apesar de eu esperar por "Teenage Jesus Super Star" fiquei feliz com a escolha e voltei pra casa com a sensação de ter visto um dos melhores shows da minha vida.

18 de novembro de 2008

Belle & Sebastian BBC Sessions


Saiu ontem dia 17/11/2008 na Europa e Estados Unidos a compilação de gravações que o Belle and Sebastian fez para a rádio britânica BBC. O disco saiu em três edições diferentes: cd simples, cd duplo e vinil duplo.

A edição simples do cd traz somente as gravações dos vários programas que a banda participou na BBC. Apresentações nas históricas sessões de John Peel, além dos programas de Mark Radclife e Steve Lamacq.


O cd duplo traz como bônus o show irlandês na cidade de Belfest em 2001. A mesma turnê que passou pelo Brasil no Rio de Janeiro e São Paulo. No show irlandês a banda toca algumas covers de bandas como Velvet Underground, Thin Lizzy e Beatles.O vinil vem com a mesma quantidade de faixas do cd simples


O disco cobre a fase inicial que vai de 1996 até 2001. Há alguma raridades jamais lançadas oficialmente como as sessões da BBC mostrando versões diferentes para músicas como Lazy Line Painter Jane e a primeira versão de Wrong Girl, conhecida na época como Wrong Love.


Um dos maiores atrativos do disco são as gravações oficialmente inéditas de 4 canções: The Magic of Kind Word, Nothing in the silence, Shoot the sexual athlete e (My Girls Got) Miraculous Technique. Essas músicas marcam um fim de uma fase, pois foram uma das últimas gravações antes de Isobel Campbell sair da banda.

Para saber mais visite o site e o myspace da banda.

Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

7 de novembro de 2008

Vaselines no Brasil


Bem, esta matéria escrevi para o Biff Bang Pop versão impressa. Publicada em maio de 2007. Na época eu nem imaginava que o Vaselines voltaria e ainda mais tocaria no Brasil!!!
Mas eu acredito em sonhos, e um deles vai se realizar agora com a apresentação da banda escocesa no Brasil.
E para coroar o sonho a banda de acompanhamento tem nada mais nada menos que alguns integrantes do Belle and Sebastian.
Quem se importa com grandes festivais? Quem se importa com o último grito da NME?
Com vocês Vaselines:


The Vaselines

Praticamente ignorado em vida, o Vaselines encontrou “fama” graças a uma forcinha do fã Kurt Cobain. Ainda hoje cultuada a banda deixou uma mínima, porém brilhante discografia.

Glaidson Medeiros

Provavelmente quando em 1992 o Nirvana lançou uma versão de “Son Of A Gun” poucas pessoas sabiam de  quem era a canção. O Nirvana vez por outra surpreendia seus fãs com versões inusitadas de bandas praticamente desconhecidas do grande público, como “Love Buzz” do Shocking Blue, e “The money will roll right in” do Fang. Mas sem dúvida nenhuma o Vaselines foi a queridinha quando se tratava de fazer versões. O vocalista Kurt Cobain era mais um fã apaixonado pelos escoceses. Escrevia cartas elogiando a banda, e sempre citava os Vaselines nas entrevistas.  Além de gravar “Son of a Gun”, o Nirvana fez versão para “Molly’s Lips” e no acústico para a MTV eles gravaram “Jesus doesn’t want me for a sunbeam”. A partir de então o Vaselines passou a ser notado por um público que estava alheio ao que veio antes do Nirvana e descobria aos poucos que existia um mundo além do canal que um dia foi especializado em música.

Mas quem foi o Vaselines? Formada na fértil cena da Classe de 86 em Edimburgo na Escócia, eles conseguiram ficar no mesmo patamar dos seus colegas de cena, como Weather Prophets, The Shop Assistants e Pastels. A banda tinha como principais integrantes Eugene Kelly e Frances McKee. Os dois cantavam e tocavam, juntamente com Charles Kelly (irmão de Eugene) na bateria e James Seegan no baixo. Algumas canções eram cantadas por Eugene, outras ficavam a cargo da doce voz de Frances, e vez por outra saiam belos duetos embalados por três acordes, energia punk, e melodias no mais alto grau de candura pop.

Durante a curta carreira da banda eles gravaram um punhado de singles por selos independentes como 53rd and 3rd, por onde lançaram o seu primeiro registro em vinil, o single “Son of a Gun”, produzido por ninguém menos que Stephen Pastel (ícone da cena escocesa e líder dos Pastels). Também lançaram singles e eps por gravadoras como Seminal Twang, Avalanche, Rough Trade e até mesmo a Sub Pop.

As letras da banda giravam em torno de relacionamentos, observações cotidianas e religião. Tudo sob um ponto de vista pueril. Em “Slushy” Eugene faz dueto com Frances e cantam versos como “Long brown hair, eyes were green/ Prettiest girl I’ve ever seen/ And you’ll never miss what you never had”.

Nas canções com temática religiosa como “Teenage Jesus Super Star” encontramos letras carregadas de humor e ironia: “I'm a teenage Jesus superstar without a mighty cross to bear/ And when mom complains about my hair/ I say hey mom I just don't care”.

Essas duas músicas podem ser encontradas em duas compilações de singles da banda, já que conseguir os discos originais é uma tarefa praticamente impossível. A mais conhecida delas é a “The Way of Vaselines: A Complete History” lançada via Sub Pop. A outra saiu pela Avalanche, gravadora situada na cidade natal da banda e chama-se “All The Stuff And More...”. Basicamente as duas têm as mesmas músicas, só mudam a ordem e alteram alguns títulos como “Teenage Jesus Superstar” que ficou “Teenage Superstar” na coletânea da Sub Pop, assim como “Dying For Some Blues” virou “Dying For It (the blues).

Essas duas compilações saíram algum tempo depois do fim da banda ocorrido em 1989. Ambas tem todos o “hits domésticos” da banda, estão lá : “Rory Ride Me Raw” cantada por Eugene com uma levada muita boa, basicamente voz e violão. Também temos “You think you’re a man” cover de Divine (ator-travesti que figurou em alguns filmes de John Waters), além das divertidas “Monster Pussy” e “The Day I Was a Horse”.

Um ano depois eles voltaram a pedido de Kurt Cobain para abrir um show do Nirvana em Edimburgo, onde Cobain realizou o sonho de cantar ao lado de Eugene Kelly. Em 1993 Kelly formou o Captain America que chegou a lançar dois eps antes de ser ameaçado por meio de um processo para mudar o nome da banda (movido pela a editora de histórias em quadrinhos Marvel) que acabou virando Eugenius e gravou seu último álbum em 1994 e vez por outra faz participações em projetos.

O mais recente foi o Future Pilot A.K.A que tem como integrantes o pessoal do BMX Bandits, Belle and Sebastian, Delgados e uma infinidade de bandas escocesas. Por fim Frances Mackee virou professora de yoga e formou o Suckle, banda com sonoridade folk e chegaram a lançar um álbum via Chemikal Underground e já excursionaram com o Teenage Fanclub e participaram de shows beneficentes com os amigos do Belle and Sebastian.

Serviço:

SP Noise Festival

PROGRAMAÇÃO:

SEXTA 21/11
Palco 1: Black Mountain (Canadá), Motek (Bélgica) e The Tormentos (Argentina)
Palco 2: Flaming Sideburns (Finlândia), Os Ambervisions (SC) e Black Drawing Chalks (GO).

SÁBADO 22/11
Palco 1: Vaselines (Escócia), The Ganjas (Chile) e Calumet-Hecla (USA)
Palco 2: Black Lips (USA), Do Amor (RJ) e Homiepie (SP).

SERVIÇO:
SP Noise Festival
21 e 22 de novembro
Eazy . Av. Marquês de São Vicente, 1767 . Barra Funda . SP
Tel: (11) 3611 3121.
Ingressos:
21/11 (sexta-feira) . R$55 (antecipado) R$65 (no dia)
22/11 (sábado) . R$65 (antecipado) e R$80 (no dia)
Ingressos antecipados na Sensorial Discos . Rua 24 de Maio 116 (Rua Alta) . Centro . SP . Tel (11) 3333 1914
Censura: 16 anos
Abertura da casa às 18:00 na sexta e às 17:00 no sábado

4 de outubro de 2008

Johnny Flynn e Young Knives no Brasil


As apresentações dos dois artistas fazem parte do projeto Incubator, desenvolvido pelo British Council que busca uma integração mais forte entre músicos e produtores musicais britânicos e latino americanos.
O projeto ambiciona promover a troca de informações, eventos acadêmicos, gravações e ainda criar uma plataforma online para divulgar os resultados do Incubator. O evento vai se estender com suas atividades até 2010.

Durante esse período vários artistas britânicos de música contemporânea serão convidados para participar de todas as atividades planejadas pelo projeto. Que envolve não somente os shows como palestras sobre como funciona o mercado de selos e gravadores e independentes.

Algumas gravadoras independentes foram escolhidas para participar junto com alguns artistas do seu elenco.

Estão programada três turnês, cada uma com um selo diferente e seus respectivos artistas. As primeiras apresentações ficam por conta do cantor folk Johnny Flynn e dos caras do Young Knives, banda reconhecida por sonoridades mais voltadas ao chamado indie rock. Os shows vão acontecer em São Paulo no clube Clash.

O selo que lança e representa os dois artistas citados é o Transgressive records, fundado em 2005, e que tem no seu catálogo gente como Regina Spektor, The Subway, Foals e Mystery Jets.
Os donos do selo, Toby L e Tim Dellow vão bater um papo com os presentes no encontro que vai ser realizado no prédio do Centro Brasileiro Britânico em São Paulo.

Serviço:

Shows: Young Knives e Johny Flynn

08 de outubro, a partir das 22h30

Clash Club

Rua Barra Funda, 969 - São Paulo - SP


www.clashclub.com.br

Bate Papo com Toby L e Tim Dellow (Transgressive Records)
07 de outubro às 19h30
Centro Brasileiro Britânico
Rua Ferreira de Araújo, 741
São Paulo - SP
Informações e inscrições: rsvp.sp@britishcouncil.org


Página do projeto Incubator

www.incubatormix.com

Vídeo de Johnny Flynn/ Música: Brown Trout Blues

25 de setembro de 2008

Show Club 8 Sesc Vila Mariana São Paulo Brasil


O Club 8 tem um lugar especial na minha coleção de discos. Lembro que foi uma das primeiras bandas de indie p0p que ouvi.

As inesquecíveis caminhadas que fazia ouvindo no walkman uma coletânea com os dois primeiros discos gravada numa fita de 60 minutos. Eu saía do trabalho no SIG (Setor de Indústrias Gráficas) em Brasília, atravessando o parque Piton Farias ouvindo faixas como "Tomorrow Never Comes", "Everlasting Love" e "She never calls me" até chegar no Conic para encontrar meus amigos.

Fazia esse percurso toda sexta-feira no final dos anos 90, e me contentava somente com essa fita e com as informações que eu conseguia ler sobre a banda sueca. Sequer passava pela minha cabeça ver um show do casal em qualquer lugar.

Um tempo depois houve rumores de que eles tocariam aqui para promover o lançamento do disco Spring Came, Rain Fell. Fiquei animado para ver o show, disposto a viajar quinze horas de ônibus por causa do Club 8. Mais uma vez foi só um boato. Tanto sobre o show como também sobre a edição nacional do disco.

Os anos se passaram, comprei alguns discos da banda e ultimamente não estava acompanhando de perto as composições mais recentes. Não por decepção, mas por me interessar por outros tipos de música. Os discos continuavam guardados e vez por outra tocados.

E para a minha surpresa em 2008 a banda foi anunciada como uma das atrações da Invasão Sueca Promovida pelo coletivo Coquetel Molotov. Com três shows na agenda brasileira: Recife, Curitiba e São Paulo. Fiquei feliz em saber, que mais um sonho estava para se realizar. Imagina, eu nunca pensei em vê-los de perto! E ontem eles se apresentaram há menos de dez minutos do lugar onde eu moro.

No palco podia se ver um violão, guitarra, um laptop, teclado, piano e uma escaleta. A banda foi anunciada e em seguida elegantemente entraram Karolina Komstedt e Johan Angergard. Começaram com "Cold Hearts" com a voz a doce voz de Karolina inundando o teatro do Sesc Vila Mariana.

A atmosfera suave das canções do Club 8 contagiou a platéia, que ouvia tudo em um silêncio quase monástico. Karolina com suas maneiras delicadas de interpretar aliando-se ao acompanhamento feito por Johan, encantaram o público que parecia hipnotizado com a perfeição da dupla.

A apresentação acústica caiu perfeitamente, pois todas as músicas do Club 8 são baseadas em voz e violão e até mesmo os arranjos para as músicas mais dançantes se moldaram para o formato. Fizeram até mesmo uma versão com sabor próprio para "Super Trouper" música dos conterrâneos do ABBA.

Outro ponto alto do show foi quando Johan cantou "This is the morning", uma das composições mais tristes da banda.No fim do curto show, menos de 50 minutos, o público aplaudiu de pé e pediu bis. E logo em seguida eles voltaram e tocaram mais duas músicas. E mesmo assim a impressão que passou é a de que todos queriam mais cinquenta minutos de show.

Foto: Andrea Onishi

Video do show/ Música: Cold Heart

11 de setembro de 2008

Vem aí o novo álbum do Postal Blue! Compre Road To Happiness Por Apenas Dois Dólares!


Em primeira mão Biff Bang Pop recebeu a notícia que o Postal Blue vai lançar um novo álbum dentro de 4 ou 5 meses via Plastilina records. Gravadora que lança discos de Annemarie, St. Christopher, o belíssimo The Occasional Flickers e ainda tem o pessoal e ainda tem o pessoal do Soddacafé. O vocalista Adriano Ribeiro, adiantou que a arte vai ficar por conta de Krister Bladh, da banda Smille and a Ribbon, que já fez outra arte para a banda.
A Plastilina é uma gravadora que está retomando a filosofia dos selos de indiepop dos anos 80, enfatizando o lado mais independente, mostrando muitas novidades sem esquecer dos clássicos. E o melhor ainda: distribuíndo os discos a um preço honesto, na maioria das vezes cobrindo somente os custos. Tudo isso para partilhar ainda mais a paixão do pop independente. Seu idealizador Roque, ainda divide o seu tempo com outro selo mais voltado para o formato de cd de 3 polegadas, Claudberry records, que já foi comentado aqui quando o Postal Blue lançou recentemente um ep.
Lembrando que o ótimo ep do Postal Blue Road To Happiness, que saiu pela Humblebee está custando apenas $2! Isso mesmo! Dois dólares. Vale muito a pena! A promoção é por tempo limitado!

28 de agosto de 2008

Rags and Feathers



Voltando com a nossa série sobre bandas escocesas, vamos conhecer o grupo folk de raíz, da cidade de Glasgow Rags and Feathers. A banda foi formada em 2007, e seu núcleo é formado basicamente por Tom Davis e Andrea Tomlinson, acompanhados por mais três integrantes. O nome da banda foi retirado de um trecho da letra de Suzanne de Leonard Cohen.O single de estréia "The End of Melancholy"/Silent Movie Starlets" saiu através da gravadora independente Lucky Number Nine, que também vai lançar o primeiro álbum "The Other Side of Morning" no final de setembro.
As canções do Rags and Feathers apontam para as composições mais folks do clássico álbum Comes a time de Neil Young, nota-se de imediato o efeito que o disco provocou no quinteto de escocês, principalmente na faixa "Loaded Dice" e "No Tomorrow". É impossível enxergar algo semelhante com o Belle and Sebastian, o acento tristonho é mais forte, não existe aquele clima ingênuo próprio do B&S. Talvez a canção "Hey yous" faça um pequeno flerte com a linha bellesebastiana. A expectativa é de que usem a música "The End of Melancholy "para a música de trabalho. Ainda que a banda aparentemente não alcance um grande público, é provável que emplaquem esse hit nas paradas independentes.

23 de agosto de 2008

Pero es olor en el cuarto del piano fue el primer perfume que necesitó en su vida V/A


Uma boa história merece ser contada várias vezes, e de diversas formas. Em alguns casos a transposição da linguagem original é um caminho natural, uma chance de mostrar a obra sob outro prisma, apontar atalhos e encher a imaginação de possibilidades.
Esse é o caso da trilha sonora "Pero Ese Olor En El Cuarto Del Piano Fue El Primer Perfume Que Necesitó En Su Vida". Na verdade é uma trilha sonora imaginária para o livro "Un mundo para Julius" (lançado no Brasil em 1987 pela Editora Rocco, atualmente fora de catálogo) do escritor peruano Bryce Echenique.

O segundo lançamento do selo/coletivo Si no puedo bailar no es mi revolución, já enche os olhos com o cuidado visual do cd. As ilustrações da embalagem digipack, que abre em 3 partes, retrata várias cenas da história, transpassando o espaço da capa, abas e contracapa, cobrindo o disco propriamente dito e ainda dimensionando tudo isso em um poster encartado. A arte ficou por conta de Gustavo Gialuca, que também desenhou o primeiro lançamento do selo. Além disso existe um site incrível especialmente feito para divulgar o disco, com informações sobre o projeto, as bandas e os pontos de venda da trilha.

Participam dessa trilha bandas do México, Peru, Chile, Argentina, Porto Rico, Venezuela, Chile e Brasil. Juntas elas delineam a história através das canções ora instrumentais e algumas com voz. A sonoridade que permeia a trilha transita entre o pop experimental e elementos de música eletrônica beirando o minimalismo. Os artistas exploram instrumentos pouco usais na música pop como vibrafone, escaleta, teclados antigos, pianos de brinquedo, glockenspiel, harmonica e acordeão. A ordem das músicas foi dividida nos trechos mais importantes do livro, e as canções sutilmente conduzem o ouvinte a imaginar a história ou recriar as cenas, desvendando assim uma atmosfera de sonho.

Com o auxílio dos outros participantes, artistas como Juan Stewart (destaque para a excelente faixa "Si hay bulla no hay futbolín"), Lise (com a melancólica canção "Sinara Aïssatou"), Arturo En El Barco (com seus ruídos fantasmagóricos) espírito divertido de Felipe Moreno ou os arranjos orquestrados de Jög conseguem estampar com perfeição a paisagem sonora do livro.

A trilha é ideal para diferentes experiências sensoriais, extraídas das formas mais simples como fechar os olhos, escutá-la com fones de ouvido ou quando a casa dorme, captando detalhes não percebidos nas audições anteriores. Assim como um bom livro merece releituras, o mesmo se aplica ao disco.

9 de agosto de 2008

Novo Ep do Postal Blue


Depois de dois de espera, o Postal Blue lançou um EP via Cloudberry, gravadora americana que tem no seu catálogo nomes como St.Christopher e Danny Says. O cd vem no charmoso formato de 3 polegadas. No myspace da banda estão disponíveis as faixas "You should keep it to yourlf" e "For You"(versão demo), além de outras gravações anteriores. Essas duas músicas tem um aspecto mais direto, uma certa urgência no clima das composições.

Confira baixando uma das faixas na página da gravadora. O cd custa $5 (cinco dólares) já com despesas de envio incluídas e você pode comprar diretamente com a gravadora, via paypal para shop@cloudberryrecords.com.


Biff Bang Pop! entrevistou via e-mail Adriano Ribeiro vocalista/ guitarrista e compositor da banda, sobre mudanças, projetos, compactos de vinil e muito mais.

Nesse Ep mais recente, lançado pela Cloudberry houve uma mudança no som do Postal Blue. As canções estão mais aceleradas, os teclados predominando, e as guitarras em segundo plano. Essas composições foram feitas da mesma maneira que as anteriores?

As guitarras, na verdade, ficaram mais proeminentes e mais barulhentas. A mudança foi mais no clima das músicas do que no som propriamente dito. Continuo usando os mesmos elementos, só que os sintetizadores e as guitarras estão aparecendo mais, as músicas estão mais diretas, mais pop e um pouco mais alegres.

Existe a possibilidade de lançar mais algum material pela gravadora? Eles também trabalham com compacto de vinil, lançando coisas de bandas como Summer Cats e The Bridal Shop. Seria legal o Postal Blue lançar umas duas músicas nesse formato. Imagino que muitos fãs já sugeriram isso.

De fato nós vamos lançar um 7" pela Plastilina, provavelmente no ano que vem.

No seu blog Weather Sensitive, você dá várias dicas sobre instrumentos e maneiras de gravações. Sabemos que você grava boa parte das músicas do Postal Blue em casa, e por isso mesmo foi aprendendo na prática. Conhecendo bem as técnicas, você pensou em produzir alguma banda? Quem você gostaria de produzir?

Apesar de já produzir os discos da banda há anos e de ter estudado muito o assunto, acho que ainda precisaria aprender muita coisa antes de assumir a responsabilidade de mexer nas músicas de outras pessoas. No passado, já tive a pretensão de produzir outras bandas e até pintaram convites de bandas aqui do Brasil, mas acabou não dando certo, e talvez tenha sido melhor assim. Hoje em dia, não tenho o menor interesse e muito menos pique pra isso.

Com tantas canções lançadas, existe alguma que você tem um carinho especial? Uma que você jamais se cansa de tocar, ou que não sai da sua cabeça?

Não tenho realmente favoritas, mas algumas músicas definem certos períodos e cada disco meu tem uma música que simboliza ou sintetiza aquele período para mim. No primeiro ep foi "Summer Is What You Call It", no segundo foi "Weather Sensitive", no álbum foi "Rainy Day" e no terceiro ep foi "The World Doesn't Need You", apesar de esse disco em especial ser mais forte do que os outros porque é bem mais difícil escolher essa música-símbolo. No ep novo, acho que é praticamente impossível porque são apenas três e todas são muito consistentes, além de terem um sabor de libertação, de realização pessoal, pelo fato de eu ter feito tudo sozinho, eu acho. Daqui a alguns meses talvez eu possa responder melhor.

E os próximos planos da banda? Podemos esperar um album para 2008? Algum projeto para os próximos meses?

Pretendo lançar mais alguma coisa esse ano ainda. Não sei se dá tempo de preparar um álbum, mas um outro single é bem provável. Ano que vem com certeza deve ser um ano mais ativo para a banda. Já passou da hora de lançar um segundo álbum e a minha intenção é de me dedicar a isso pra valer agora.

Deixe um recado final.

Pop kids of the World unite!







3 de agosto de 2008

Bubblegum Lemonade




A cidade de Glasgow é a nossa primeira parada. Terra natal do Bubblegum Lemonade, banda de um homem só, o senhor Lawrence McLuskey, mais conhecido como Laz. Descobri a banda visitando o site da gravadora americana Matinée, e quando ouvi o Bubblegum Lemonade achei que fazia parte do trabalho de relançamentos da gravadora, que compilou várias gemas perdidas do indiepop anos 80 de bandas como Razorcuts e Brighter. Imaginei isso por causa de canções como "Just Like You", que nos levam de volta para 1986, soando como os melhores compactos de bandas como Talulah Gosh, Groove Farm e Pastels. Mas para a minha surpresa descobri que a banda é nova!
O nome foi inspirado no álbum solo de Cass Eliot, uma das integrantes do The Mammas and The Papas. Dois eps foram lançados através da gravadora Matinée, o primeiro "Ten Years Yung" saiu no início do ano, e o segundo "Susan's In The Sky" acabou de sair. Provavelmente logo mais deve sair um álbum.
Além disso Laz toca também na Strawberry Whiplash (que vai também vai aparecer no Biff Bang Pop!) executando todos os instrumentos, enquanto sua amiga Sandra canta.

A influência dos conterrâneos do Jesus and Mary Chain é sentida imediatamente em faixas como "Ten Years Young" e "Unsafe At Any Speed", adicionando elementos ensolarados no espírito do álbum "Psychocandy", encobrindo os traços soturnos dos irmãos Reid. Aqui as canções transbordam energia melódica por meio da voz e da Rickenbacker de doze cordas de Laz. Não espere ouvir guitarras apitando microfonia e ruídos, e sim o resgate da classe de 86 fazendo enlaces com o pop dos anos 60. Preste atenção na byrdiana faixa "Tomorrow People" e verifique o teor sessentista da composição.

2 de agosto de 2008

Um Lugar Onde Todo Mundo Tem Uma Banda




A música pop é cheia de ciclos, há sempre novas tendências, resgates e reinvenções. Já faz parte do seu universo focalizar determinados lugares, que por diversos motivos se tornam o centro das atenções. Isso já aconteceu em Liverpool, Nova York, Manchester, Los Angeles, Bristol e muitas outras. Ultimamente os olhos dos fãs de música pop estão voltados para lugares como Islândia e Suécia. Todos esses locais contribuíram com bandas importantíssímas para a música, com seus altos e baixos.

A Escócia também é conhecida como um dos grandes pólos da música pop. Bandas como Jesus and Mary Chain, Franz Ferdinand, Josef K, Teenage Fanclub, Orange Juice, Belle and Sebastian, Primal Scream, Snow Patrol, Vaselines e muitos outros despertaram à atenção dos fãs de música pop ao redor do mundo. "Um lugar onde todo mundo tem uma banda", segundo a vocalista do Strawberry Whiplash.

Biff Bang Pop! tem um carinho especial com as bandas escocesas. Além de ser muito fã das bandas citadas, outras nem tão conhecidas assim, estão sempre em alta na parada particular do zine. Por aqui já passaram bandas como Belle and Sebastian, The Butcher Boy e Just Joans. E como forma de agradecimento e reconhecimento por tantas canções excelentes, vamos fazer um especial Biff Bang Pop! Escócia.

A intenção é mostrar algumas novidades, revisitar uns clássicos obrigatórios e dar algumas notas sobre programas de rádio, youtube, publicações e afins. Para não ficar enfadonho tratando do mesmo tema, vamos reversar com outras pautas sobre bandas não-escocesas.

Aguardem!

20 de julho de 2008

The Little Ones


Little Ones é uma banda americana,mas precisamente da Califórnia. Se você gosta de Shins, Beulah e Teenage Fanclub você vai adorar o Little Ones. Imagine um Flaming Lips menos psicodélico,expandindo melodias numa voz cheia de empolgação, e com um acompanhamento mais simples.

Começaram em 2006, lançaram alguns singles e eps, e até o final deste mês lançam o primeiro album "Morning Tide".

Aqui vamos comentar o single que saiu em 2006 pela gravadora inglesa Heavenly, Mais tarde comentaremos sobre "Lovers who Uncovers" o single seguinte, que antecedeu o ep "Sing Song" lançado pela mesma gravadora.

A faixa de abertura do single "Oh,MJ!" que leva o mesmo nome do disco é tiro certeiro para apreciatores de melodias hipnotizantes.A canção fica rodopiando infinitamente nos seus ouvidos. A voz comovente de Edward te fisga de primeira. A segunda música "High on Hill" reafirma a faceta pop da banda,ao ponto de ser um pecado não colocá-los na programação de qualquer rádio que se preze. Em seguida vem outra versão de Oh,MJ!" remixada pelo Stereolab. A enfase ficou nos arranjos de cordas e teclados nos moldes das composições de Tim Gane e cia. Parece que o Stereolab reinventa a maneira de tocar dos Little Ones, e deixa somente a voz de Edward como marca registrada da banda.Finalizando o single mais um remix. Desse vez no comando da dupla Crystal Castles. Uma faixa desnecessária, não serve mesmo nem para dançar.Batida nauseante, sem surpresas. A duração de mais de cinco minutos já entrega tudo: as melodias somem, o vocal fica soterrado no meio de efeitos que parecem que foram colocados de qualquer jeito. A composição original é extremamente melhor!

Ah, quem indicou The Little Ones para o Biff Bang Pop!, foi o Zé Luiz. Valeu Zé!

16 de julho de 2008

Books EP - Belle and Sebastian (2004)






















O terceiro single do álbum "Dear Catastrophe Waitress" é um divisor de águas na discografia da banda escocesa. Lançado em junho de 2004, "Books EP" sinaliza de maneira forte a faceta funkeada do grupo, que mais tarde dominaria quase que completamente o álbum posterior "Life Pursuit". É simplesmente inacreditável ouvir "Your Covers Blown", faixa de abertura do single, e associar à mesma banda que compos "Dog on Wheels". A música começa cheia de suíngue, em seguida entra a voz de uma atriz chamada Vrnda Daktor, o baixo insinuante guia a canção entrando em um clima disco, e nos faz esquecer que um dia o Belle and Sebastian fazia canções calcadas em Nick Drake e bandas da gravadora inglesa Sarah. Na metade da faixa o andamento da música se transforma, o baixo "cavalga" e logo entra a guitarra com timbres latinos, para finalizar recobrando o clima dançante anterior.
A segunda faixa "Wrapped up in Books" consta no álbum "Dear Catastrophe Waitress", e o Belle & Sebastian retoma o jeito das canções da primeira fase do grupo. O vocalista Stuart Murdock divide os vocais com o guitarrista Stevie Jackson. Poderiam ter escolhido outra música como "If she wants me" do mesmo álbum. Para reforçar fizeram o clipe, gravado em uma livraria de Glasgow. O resultado é divertido.
Continuando o single, a canção "Your Secrets" tem leve semelhança com músicas obscuras dos Beach Boys como "Here Comes the Night". E por isso mesmo merece ser ouvida com mais atenção.
Fechando o single está "Cover (version)" uma remixagem de Your Covers Blow, feita por Chris Geddes o tecladista da banda. Ele enfatiza o baixo obeso e os efeitos disco, desacelerando a batida e colocando só um pouquinho da voz de Murdock. Assim ela fica ideal para as pistas.
Uma pena que esse single não foi devidamente lançado no Brasil. A gravadora Trama armou uma picaretagem e lançou todos os singles do álbum Dear Catastrophe Waitress no formato de DVD com o clips oficiais e uns inventados. E para piorar a situação é impossível ouvir as músicas dos singles em um aparelho de som normal, somente no DVD player. Isso sem contar que eles não lançaram nenhum single de Life Pursuit. Ou seja: depois que o Belle and Sebastian mudou da Jeepster para a Rough Trade, a Trama decidiu lançar somente os álbuns, deixando os fãs da banda com a coleção incompleta.

1 de maio de 2008

Down By Law


Calor, locações desertas, uma cidade praticamente abandonada. Gente sentada na varanda acompanhando a passagem do tempo. Ao fundo uma canção bêbada, servindo de trilha. A letra de certa forma nos introduz ao que vamos ver ao longo do filme.
Feito em 1986, Down by Law é um filme atemporal. Um dos primeiros filmes do diretor norte-americano Jim Jarmush acaba de ganhar a edição em DVD no Brasil. O filme foi um dos precursores do cinema independente americano como o entendemos hoje. Uma obra que afirmou a identidade do gênero.
O filme conta a história de três personagens: um dj fracassado, um cafetão sonhador, e um estrangeiro que não domina a língua inglesa. Por uma série de motivos eles se encontram, e apesar das diferenças, algumas afinidades vão surgindo aos poucos.
O gosto amargo do fracasso é o fio da meada que os une. A sensação de deslocamento é inerente tanto aos personagens, quanto à cidade em que vivem. São figuras que não tem o seu lugar no sonho americano. E por esss característica nos lembra os velhos heróis beatniks, marcados por um tom mais cínico, com sabor de ressaca.
Os diálogos bem desenvolvidos do filme, serviram de forte influência para boa parte do atual cinema independente. Vide Quentin Tarantino e Kevin Smith. A dificuldade de comunicação na conversa dos três, serve para o diretor acentuar o traço tragicômico de um diálogo feito de silêncios, gestos, olhares, pronúncias erradas, pequenas glórias, lembranças e sonhos.
A fotografia em preto e branco, foi inspirada nos filmes de prisão dos anos 40, como afirmou Jarmush em uma entrevista que vem nos extras do DVD. O diretor também conseguiu reunir um time de primeira para o elenco. Interpretando o dj temos Tom Waits, que também colabora com a trilha. O ator italiano Roberto Benigni não precisa do menor esforço para interpretar ele mesmo. E o resultado é excelente! John Lurie se sai muito bem como cafetão, e não podemos esquecer da companheira de Benigni, Nicoletta Braschi.
Serviço: Down By Law
Legendas em Português
Diretor: Jim Jarmush Ano de Produção: 1986
Extras: fotos, entrevistas,fotos e um clipe do Tom Waits (sem legendas)
Distribuição: Lume Filmes

13 de janeiro de 2008

Elephant Parade


O Elephant Parade, é uma séria candidata à categoria de banda mais fofa de todos os tempos. Seus fãs fazem desenhos inspirados na banda, e tiram fotos onde aparecem abraçados ou dormindo com o seu álbum favorito, no caso é o Bedroom Recordings, lançado em 2006.
Tudo começou em 2005, quando Estelle e Idol se conheceram em uma festa ruim, e para passar o tempo ficaram criando listas imaginárias de músicas que poderiam salvar a tal festa. A partir do encontro eles decidiram formar uma banda, dando continuidade a tradição de grupos com formação de casal, como o Pipas, Club 8, Happy Couple, Birdie, Paper Bag Couple e muitas outros. As composições foram surgindo e os dois registraram tudo em gravações caseiras, daí o nome do álbum. As canções são alternadas com vocais femininos e masculinos, e as vêzes duetos, todas baseadas em folk pop intimista, os melhores exemplos são mostrados nas faixas "Velcro" e "For You" ambas cantadas em tom confessional. O ponto alto do álbum fica com a faixa de abertura, chamada "Goodbye", com a voz de Stelle acompanhada somente pelo teclado e violão, legitimando uma das melhores canções pop do sistema solar. Inclusive essa música virou um clipe, dirigido por Idol, e uma das cenas faz parte da página inicial do site da banda. É incrível como uma música tão simples e com duranção de apenas 1:30 consegue nos fisgar de primeira.
Vale lembra que Estelle já fez parte de uma das bandas mais legais de indiepop, o Brittle Stars, que chegou a fazer parte da gravadora Shelflife, e também tocou no Human Television.

Esse post foi feito, graças a dica que recebi da Valérie, editora de um fanzine imaginário sobre ovelhas e músicas para ouvir no teto. Obrigado!

Veja o vídeo


2 de janeiro de 2008

In Our Nature - José Gonzaléz


Show de José Gonzaléz - Dia 22 de Janeiro de 2008, Sesc Vila Mariana- São Paulo- 21:00

Porto Alegre
Quarta-feira | 23/01 | 19h
Santander Cultural (Praça da Alfândega, Centro)

Quando José Gonzaléz aportou no Brasil para algumas apresentações dentro do festival Coquetel Molotov, impressionou em cima do palco, apenas com a sua voz e violão. Na época a sua discografia era formada pelo álbum Veneer e alguns eps e singles, e o seu trabalho também era conhecido devido a inserção de suas canções em um comercial de tv, e em algumas séries como The O.C.. O segundo álbum In Our Nature, imprime a cada audição, os aspectos de solitude e introspecção apontados no primeiro disco. O folk é o alicerce para Gonzales conduzir com leveza, de maneira simples e ao mesmo tempo hipnótica, as dez canções do disco, que envolvem o ouvinte em composições agridoces.

É incrível como o violão e a voz criam a simbiose perfeita, para traduzir de modo singular as fragilidades da condição humana. Combinando sonoridades suaves e por vezes dilacerantes. Em canções como", "How Low" com seus toques graves e batidas secas emoldurando a letra que contesta as ações de guerra, Killing for Love" e "Time to send someone away", o ouvinte compartilha com o cantor sueco, temas que ficam divididos entre a fragilidade e a força, realçados por músicas inspiradas em paixões e conflitos bélicos. Há belas passagens poéticas, como em "Fold", onde Gonzalez canta: "Taking time to walk down all the aislers/ Turning over every stone/Bulding new rulers but still haven't burnt any old". Assim como no primeiro album, o cantor/compositor fez uma versão para Heatbeats do Knife, no segundo ele nos brinda com uma versão intensa em forma de folk, de "Teardrop"do Massive Attack, um dos ícones do trip-hop.

Tudo isso, faz de "In Our Nature"um dos grandes álbuns de 2007, e como todos os bons discos, se mostra atemporal, e poderia ser facilmente lançado em 1963 ou em 2025, e ainda assim continuaria encantando as pessoas, com as suas canções tocando em comerciais de tv ou na solidão de um quarto. Um disco que merece ficar ao lado dos mehores álbuns de Elliott Smith e Nick Drake.