27 de dezembro de 2009

Videos Biff Bang Pop

Sessão de vídeos Biff Bang Pop. Para combinar com o domingo nublado, escolhi videos que remetem ao clima.

Múm "Sing Along" from Team G on Vimeo.







As bandas não são necessariamente de indiepop, mas fazem algumas conexões.

The First Snowflake from The Boy Least Likely To on Vimeo.







Múm é uma das favoritas. The Least Likely to começo a descobrir agora. Não tenho pressa. E o Electric President é uma das melhores descobertas.

Electric President: Monsters from morr music on Vimeo.







Esse post foi feito ao som de Niceystem. Pena que não achei nenhum vídeo deles.

18 de dezembro de 2009

Celestial


Celestial é uma banda sueca que poderia muito bem entrar no catálogo da Sarah records. Andreas Hagman é a figura por trás do nome Celestial. Banda de um homem só, mas que traz várias participações não só nos instrumentos mas também na voz.





Vale lembrar as participações de Malin Dahberg que faz parte de bandas como We are soldiers we have guns, Douglas Heart e Laurel Music.





O som da banda agrada desde dos fãs mais radicais do Field Mice, passa por elementos do universo do Jesus and Mary Chain e também mostra influência de bandas que transitam no meio shoegazer. As preferidas são "Crystal Heights", "Somedays we are" e "Nothing happens twice".




A Celestial tem seus discos lançados por meio da gravadora sueca Music is my girlfriend,a americana Skipping Stones e Lavender, a própria gravadora de Andreas Hagman. Vale conhecer todas essas gravadoras e fuçar o catálogo delas.





Conheci o grupo por meio da coletânea Indiepop 09 da Rough Trade. Meu presente de Natal antecipado :D
Esse é o papel das coletâneas: mostrar um leque de bandas bacanas. Ela vai servir de fonte para um monte de posts do Biff Bang Pop. Aguardem!


17 de dezembro de 2009

The Sprites


Sprites

Nova banda de Jason Korzen e Christian Scanniello, ex-integrantes do finado Barcelona a sonoridade aqui é diferente da banda anterior. Estão mais “orgânicos”, os teclados e sintetizadores acabaram se tornando secundários no Sprites.





Enfim, eles deixam aparecer com mais clareza o lado acústico. Mas não pense em uma mudança radical, talvez por ser o mesmo vocalista, a gente nunca deixe de associar a banda atual com a anterior. Ele toca a maior parte dos instrumentos, auxiliado por Kevin Alvir (guitarra), Christian (bateria), Armin Pruessner (baixo) e Amy (esposa de Jason) no back vocal.





Outra mudança pode ser verificada nas letras, que não abordam mais o universo nerd-de-computador e estão mais pessoais. Quer dizer... nem tanto, afinal eles ainda fazem músicas que levam títulos como “I started a blog nobody read” ou “Pac man fever”.





Até agora lançaram três discos, o álbum de estréia “Starling, Spiders, Tigers and Sprites” que saiu pela gravadora norte-americana March, e um ep chamado “Bionic Hands” editado pela Lejos Discos, uma gravadora espanhola. O segundo álbum se chama Modern Game Play.





Além de um single de vinil lançado pela Low Transit Industries que é distribuído somente para associados do clube do single. Sem contar as participações em coletâneas da Teenbeat e Darla. As minhas músicas favoritas são: “Bionic Hands” e “Do it yourself”.

15 de dezembro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 6)




Sarah records


Escrever sobre indiepop sem citar a importância da gravadora de Bristol, é o mesmo que escrever sobre black music e negar o valor da Motown. Não há menor dúvida de que a Sarah foi a gravadora que melhor representou o ideal de fazer música independente.



Em 1987 seus fundadores Matt Haynes e Clare Wadd conseguiram reunir em um só selo, bandas com uma unidade sonora altamente identificável. Você ouve qualquer single da gravadora e percebe de imediato que é uma banda da Sarah. Outro ponto de reconhecimento do catálogo da Sarah era a arte das capas, com fotos que mostram as paisagens e a arquitetura de Bristol.



Bandas como The Poppyheads, Brighter, The Orchids e Blueboy evidenciavam uma sonoridade mais rica em melodias, com climas cheios de pontos melancólicos e algumas com um leve toque folk.




Alguns singles fizeram história, como o primeiro que trazia a banda Sea Urchins com o clássico indiepop "Pristine Christine" passando por "Emma's House" do Field Mice, até Another Sunny Day com "I'm in love with a girl who doesn't know I exist". Um dos melhores títulos de todos os tempos!







Além da administração da gravadora, Matt Haynes e cia editavam o fanzine "Are you scared to get to be happy?", um zine especializado em indiepop.




Desde do começo a Sarah records manteve uma política própria de organização. Adotaram o single de sete polegadas como o formato preferido para lançar as bandas, a tiragem era limitada (por uma questão de custos) e não havia a menor chance de relançamentos de material esgotado.



Isso não quer dizer que a Sarah não trabalhou com outros formatos, muita coisa saiu no formato vinil dez polegadas, lps e até mesmo cds. Além disso ainda havia a chance de você ouvir aquele concorrido single que você perdeu. Pois de tempos em tempos a gravadora soltava ótimas compilações. Sem material inédito. É claro!




Infelizmente a gravadora fechou em 1995. O impacto que essa notícia causou nos fãs de música pop independente surpreende até hoje. Foi criado um fanzine chamado "This August's Farewell Kiss" com depoimento de gente que contava como a Sarah havia entrado na vida de cada um.




Quando a gravadora estava na ativa, os sarahmaníacos organizavam festas temáticas ligadas à Sarah. Logo que foi anunciado o fim da gravadora, com o último lançamento do catálogo, a coletânea "There and back again lane" eles trataram de fazer a
Sarah 100 Party. A festa de despedida com a numeração do último disco da gravadora.




Depois do fim da Sarah, Matt criou a Shinkansen records, sem a mesma força da gravadora anterior. A maioria das bandas da Sarah também acabaram. Outras continuaram por meio de bandas derivadas ou voltaram com a mesma formação. É o caso dos Orchids.




A marca da gravadora é sentida até hoje. Podemos notar isso nas bandas que receberam a influência como o Belle and Sebastian, Pipas e gente nova como a banda Celestial. Sem contar a reprodução de selos que se inspiram no modo de ser da Sarah records. Enfim, um selo fundamental para entender o indiepop.




5 de dezembro de 2009

Videos Biff Bang Pop!

Mais um sábado, e como manda a tradição esse é o dia dos videos aqui no Biff Bang Pop. Dessa vez vamos quebrar a regra. Nada de novidades ou clássicos.

Hoje resolvi colocar uma série de bandas que tem uma sonoridade parecida.


É o caso do Stereolab, Broadcast e Modular. E não poderia deixar de colocar a mãe de todas: Free Design, banda dos anos 60 que serviu de fonte para as três. Não por acaso o Stereolab fez uma música com o mesmo nome da banda americana.

O curioso é que aqui no Brasil chegou a sair um álbum deles em vinil, de 69 chamado Heaven/Earth, que tem "My very own angel" umas das melhores canções deles. Vale dar uma olhada nos sebos.



















3 de dezembro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 5)


cartaz japonês do BMX Bandits


53rd & 3rd

Gravadora escocesa fundada por Stephen Pastel e seus amigos em 1985. Lançou verdadeiros clássicos do gênero. O nome foi retirado de uma música dos Ramones e também um endereço de Nova York.




Enquanto as grandes gravadoras lançavam porcarias atrás de porcarias, a 53rd & 3rd concentrava em seu cast a nata do pop independente.



Formavam o time bandas como Talulah Gosh (onde lançaram o magnífico single "Beatnik Boy"), BMX Bandits, Pooh Sticks, o excelente Groovy Little Numbers, Shop Assistants, Boy Haidress (que mais tarde se tornaria o Teenage Fanclub), Vaselines e outras tantas.



Basicamente o acervo do selo era formado por singles de sete polegadas, e chegaram a lançar alguns lps. Apesar do catálogo não ser muito grande as poucas bandas que fizeram parte desse histórico selo influenciaram de forma determinante a cena indiepop provocando uma onda de bandas, selos e fanzines.

Continua...



30 de novembro de 2009

Shooting Star - Novo ep do Pale Sunday


Arte da capa: Sineval

Pale Sunday, banda de Jardinópolis-SP vai lançar agora em dezembro via Matinee records o Ep Shooting Star.


O disquinho vem com 4 faixas, e você pode ouvir a música que dá nome ao ep no myspace da banda, no youtube (versão ao vivo) e também na página da gravadora. A pegada é bem pop, daquele tipo que gira na sua cabeça o tempo inteiro.


Acredito que o restante do ep segue essa linha. Não há firulas, influências obscuras ou a tentativa de reinventar a música. Pale Sunday segue a tradição do exercício da busca pelo pop perfeito dentro da cartilha de gente como Smiths, Field Mice e bandas da Creation.




Para quem não conhece a banda, aí vai um breve histórico: eles começaram no fim dos anos 90. Participaram de várias coletâneas por selos gringos. Dentro dessas saíram alguns tributos como ao Field Mice e aos Smiths.



A atual gravadora dos caras é a americana Matinée records, casa do Lovejoy, Lucksmiths e Pipas. A gravadora já lançou além dos eps e coletâneas o álbum de estréia do Pale Sunday.



Uma curiosidade desse ep: uma das músicas chama "Are you scared to be happy?" Esse nome foi tirado do fanzine feito pelo povo da Sarah records, a gravadora adorada pelos fãs de indiepop do mundo inteiro.

28 de novembro de 2009

Videos de sábado

Meio sem querer sábado acabou se tornando o dia para os posts de video no Biff Bang Pop. Hoje vamos mostrar dois vídeos novos e um clássico. O primeiro é da dupla indiepop paulista Your Favorite Songs. O segundo vídeo é dos suecos do Little Big Adventures. Para fechar o clássico Love songs on the radio com o Mojave 3.

Your Favorites Songs





Little Big Adventures

Little Big Adventure - "The Happiest Times" Official Video from Nicholas Wakeham on Vimeo.



Mojave 3

16 de novembro de 2009

Nova Coletânea Indiepop da Rough Trade


Betty and The Werewolfs


A Rough Trade é uma das lojas de discos mais fodas de todos os tempos. Desde de 1976 ela promove o que há de melhor na música pop. Começou como uma loja que importava raridades dos sons jamaicanos, depois acompanhou o boom do movimento punk, new wave, pós punk, suas derivações e consequencias.


Expandiu os negócios dois anos depois da abertura, com a fundação da gravadora. E apostou em gente como Stiff Little Fingers, The Raicoats e Cabaret Voltaire. A cereja do bolo foi lançar ao mundo os Smiths. Sem contar que atualmente é a gravadora do Belle and Sebastian.



Em 2008 tive a oportunidade de conhecer as duas lojas em Londres. Para o fã de música pop é como visitar um lugar sagrado. Sei lá! Uma catedral ou qualquer outro templo.


Sad Day for Puppetes





Na loja mais antiga e intimista, por causa do tamanho, tem posters, adesivos e panfletos de shows do Sex Pistols, Clash e quase toda turma de 77. Originais da época. Fiquei perdido, não sabia nem por onde começar a minha exploração.


A mais nova, tem espaço de sobra para os discos, um café, sofás com fones de ouvido e até um palco onde já se apresentaram vários artistas como The Pains of Being Pure at Heart, I'm from Barcelona, Pipettes, Blur, Daniel Johnston, Lily Allen, Of Montreal e muitos outros. Tudo de graça.



Veronica Falls


Hoje nessa loja vai acontecer o show de lançamento da coletânea da Rough Trade, chamada New Indiepop 09. Das 25 bandas que aparecem na compilação, quatro vão fazer apresentações junto com djs. São elas: Sad Days for Pupettes,Betty and The Werewolfs, Pocketbooks e Veronica Falls. Cada banda vai tocar por 20 minutos e nos intervalos os djs comandam.


Na coletânea nomes familiares como Los Campesinos e The Pains of Being Pure at Heart. Outros nem tanto como The Girls at Dawn e Dum Dum Girls. Segundo o pessoal da Rough Trade o momento é especial. Pois 2009 lembra bastante a época em que surgiram bandas como Jesus and Mary Chain e Wedding Present e outras.




Tudo aquilo aconteceu no meio dos anos 80 onde existia uma forte crise econômica e surgiram várias bandas e manifestações da classe trabalhadora. Eles sentem que existe algo no ar que resgata aquela cena. Vamos ver!


Morning Light da banda Girls é uma das melhores faixas da coletânea:



12 de novembro de 2009

O que é Twee Pop?

Vez ou outra as pessoas me perguntam que tipo de som é esse. Eu tento explicar mas não sou nada didático.

Achei esse mini-documentário no youtube para me ajudar. Tem alguns exageros, umas caricaturas, mas no geral o video passa o recado.

Confira!


8 de novembro de 2009

Pia Fraus



Eles são da Estônia. Vão te deixar com a cabeça nas nuvens. Eles são a Pia Fraus. Tudo começou em 1998 quando seis estudantes de arte (espere aí! essa história é velha!) se conheceram e decidiram formar uma banda misturando elementos de indiepop e shoegaze.


O som da banda fica no patamar entre a sofisticação pop dos ingleses do Broadcast (de olho nos primeiros registros) e a fase mais suave do Slowdive.



É como se o My Bloody Valentine (fase Ecstacy & Wine) tocasse as músicas do Stereolab e vice-e-versa. Não por acaso participaram de uma coletânea shoegaze chamada Never lose that feeling tocando "Strawberry wine".





O primeiro álbum Wonder what it's like saiu em 2001,lançado pela própria banda. Em seguida lançaram mais alguns álbuns e eps, com passagens pela gravadora Claire, uma das mais importantes da cena neo-shoegaze.



Entre os pontos altos da banda figura a produção fodassa de Norman Blake um dos carinhas do Teenage Fanclub, para o disco Nature heart of software.
A música "400 & 57" do álbum de estréia da banda é simplesmente fantástica, uma das faixas de abertura mais viciantes de todos os tempos.
Confira o vídeo:

7 de novembro de 2009

A Sunny Day in Glasgow



Não se engane: A Sunny Day in Glasgow não é uma banda escocesa. A banda norte-americana que começou em 2000, mas precisamente da cidade de Philadelphia, tem uma das formações mais curiosas: duas irmãs gêmeas dividem o palco com Ben Daniels, o irmão da dupla. E para não ficar no esquema da brodagem Even Nalens entra para quebrar o modo "tudo em família" da banda.


O som é atmosférico, transborda climas oníricos, trilha de sonhos e pesadelos, guitarras criam muros de som, que se misturam com loops, baterias eletrônicas, vozes distantes. Tudo parece confuso como um sonho, passagens entorpecidas que andam de mãos dadas com a fase Loveless do My Bloody Valentine e bandas do selo 4AD.






A Sunny Day in Glasgow não vai te pegar na primeira audição. Alguns rituais são necessários como um passo a passo, você tem que ir de leve: puxe alguns discos do Galaxie 500, coisas também do já citado MBV, visite o site da Claire records. Em seguida veja Lost in Translation sem volume. E quando bater aquela insônia, coloque o os fones de ouvido e mande ver em "Ashes Grammar" o novo disco da banda. Não precisa seguir o ritual nessa ordem. Faça do jeito que você quiser.


Para finalizar: de 2000 para cá aconteceram várias mudanças na formação. A última foi a saída das gêmeas. Parece que já providenciaram outros integrantes e a banda continua.

27 de outubro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 4)


Contra capa do disco Ostrich Churchya do Orange Juice


Postcard records

Como diz o release do selo escocês: sem a Postcard não existiria bandas como os Pastels, toda Classe de 86, Sarah records ou até mesmo os Smiths. E para citar bandas mais novas, temos o Franz Ferdinand, filhos indiretos da Postcard.



Não é por acaso que o seu fundador Alan Horne é considerado um dos grandes heróis da cena. Afinal quem no início dos anos 80 teria o poder visionário de acreditar no Orange Juice e lançar o 1º single da banda? Foi desse forno que saíram as primeiras gravações de Josef K, Aztec Camera e Go-Betweens.



Infelizmente a gravadora durou somente um ano. Mas foi o suficiente para contaminar gerações de bandas não só da Escócia como atravessou fronteiras, e continua uma referência na música pop independente.


22 de outubro de 2009

Picnic Hipster


Picnic Hipster é uma dupla paulista, formada por Ricardo Melo e Gustavo Cunha, e representa muito bem o lado mais intimista do gênero. Vozes suaves arredondam as melodias calcadas em violões e arranjos de cordas. Uma combinação das primeiras canções do Belle and Sebastian com tonalidades dos anos 60.


Canções como "Fantasmas do Passado" e "Recomeço" reinventam o clima de melancolia e apontam caminhos mais ingênuos e menos soturnos, que podem ser identificados nas letras. As duas são tão boas que seria difícil escolher qual seria o lado A de um single de trabalho.

Os dois já tocaram juntos em outras bandas. A primeira foi com Les Sucettes, uma banda com forte influência do pop francês sessentista. A segunda chamava Le Rock Démodé e durou pouco. Seguia a a trilha deixada pelos Sucettes com alguns atalhos para o folk rock.

Conheça mais sobre o Picnic Hipster nessa entrevista feita por e-mail com a dupla.


BBP -Como surgiu o Picnic Hipster? Vocês já tocaram juntos em outras bandas como o Les Sucettes e recentemente no Le Rock Démodé.É mais fácil trabalhar em dupla?

GUSTAVO - O Picnic surgiu da vontade de continuar a fazer música com o Ricardo, após o fim do Le Rock, em função do que continuávamos a acreditar em termos de conceitos e ideias musicais. Compatibilidade mesmo. Passamos por algumas experiências que não funcionaram e percebemos que ao invés do conformismo ou frustração, o melhor a fazer seria seguir em frente...

RICARDO - Realmente é muito mais fácil trabalhar em dupla. Tocar com um grande número de músicos é uma experiência bem agradável, mesmo porque fazemos arranjos para vários instrumentos. Mas na prática isso se mostrou inviável, era muito difícil 'gerenciar' uma banda com muita gente. Ao invés das coisas fluirem melhor, acabava-se perdendo o foco.

BBP-Nas influências do Picnic Hipster notamos a nata do folk e rock dos anos 60. Achei curioso colocar o Dinosaur Jr que é um tipo de som mais noise.
Existe esse lado em vocês que não foi mostrado?


GUSTAVO - É inegável que a música dos anos 60 para nós é uma fonte inesgotável. Mas sempre estivemos atentos a tudo o que musicalmente é interessante para nós. O Dinosaur Jr., penso eu ser uma influência significativa para qualquer banda de rock ou folk-rock. Mas enfim, sou suspeito para falar de J. Mascis, rs!


RICARDO - Temos um interesse musical bem amplo, que não fica restrito ao Folk/Twee. Certamente com o tempo nossa sonoridade vai sofrer algumas mudanças estéticas, e vamos mostrar outras faces musicais, mas é um processo evolutivo lento. Veja o caso de bandas como o of Montreal, o primeiro album Cherry Peel é completamente diferente do mais recente Skeletal Lamping, mas para mim continua sendo of Montreal, e gosto muito de ambos os discos. Acho que a identidade de uma banda ultrapassa os limites de um estilo musical.


BBP-Vocês acham que hoje existe mais espaço na mídia para o tipo de música que o Picnic Hipster faz?

GUSTAVO - Creio que há espaço para todas as manifestações musicais e sem dúvida alguma, algo que já foi falado exaustivamente, a internet contribui muito para isso.


RICARDO - Eu ainda não sei até que ponto a democratização da informação promovida pela internet é benéfica ou não para bandas independentes como a nossa. É um fenômeno recente. Já não se ouve mais música como antigamente... nosso som é um tanto específico, e sinceramente não creio que o 'Folk Twee' venha a conseguir muita evidência na mídia brasileira (apesar de recentemente ter surgido na mídia uma onda pseudo-folk). Deve ser o calor, o clima tropical daqui...acho que estamos um pouco à parte de tudo isso. Seria ótimo ter mais espaço, mas a falta disso não nos impedirá de continuar o que estamos fazendo.








BBP- No myspace vocês colocaram somente duas músicas. Quando sai algum single ou álbum?

GUSTAVO - Estamos finalizando a produção de mais algumas faixas e logo lançaremos um EP.
RICARDO - Temos muitas canções prontas para gravar. Provavelmente depois que lançarmos alguns EPs vamos reuní-los num só album.

BBP-Para finalizar escolham dois discos que representam de alguma forma o som do Picnic Hipster


GUSTAVO - Take a Picture - Margo Guryan.

RICARDO - Só dois? pergunta complicada...vou ultrapassar o limite...eu diria que se nunca tivesse ouvido Simon & Garfunkel - Parsley, Sage, Rosemary and Thyme, Tindersticks - Tindersticks (1994), Belle & Sebastian - Fold Your Hands Child, You Walk Like A Peasant e of Montreal - The Gay Parade, o som do Picnic Hipster não seria esse.


Vai lá!

18 de outubro de 2009

Blog da Vez: Revista Samba


Samba é uma das melhores revistas de quadrinhos do Brasil. Não importa a categoria: major ou independente (ou como eles mesmo dizem: dependentes). Os caras da Samba comandam!





Quadrinhos doentes, cheios de neuras, sacadas, observações do dia-a-dia, mundos paralelos ao lado do seu quarto, filosofia de casas noturnas, diálogos sem sentido em traços diversos. E um humor tipicamente urbano. Assim é o universo da Samba.










As histórias de Gabriel Góes, LTG, Tiago Lacerda, Stevz, Gabriel Mesquita e outros colaboradores, fazem conexão com os filmes de David Lynch, gente dos quadrinhos como MZK e Fábio Zimbres, ficção científica dos anos 50, mangás toscos, a extinta revista Animal e pouca explicação.






Algumas histórias funcionam melhor para quem conhece Brasília e suas Superquadras. Piadas locais, que podem criar outros sentidos em terras alheias. Mas ainda assim dão o seu recado.









Há pouco tempo eles lançaram mais duas revistas da editora Samba: Kowalski e Amarelo Laranja e Vermelho.




Para comprar a sua edição impressa entre em contato com o pessoal da Kingdom Comics:



kingdomatendimento@gmail.com


Vai lá!

17 de outubro de 2009

Vaselines na 90.3 FM rádio de Seattle


Foto: Andrea Onishi

Para começar bem o sábado dois vídeos do Vaselines, gravados em junho deste ano para KEXP 90.30 FM,rádio de Seattle.



Por acaso as duas escolhidas ganharam versões do Nirvana: Molly's Lips e Son of Gun. Versões acústicas. A qualidade da imagem e do áudio ficaram excelentes!


Confiram:




16 de outubro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 3)


The Go-Betweens


A partir daí começaram a surgir bandas como Talulah Gosh, Vaselines,Groove Farm,Razorcuts, The Clouds, Groovy Little Numbers e muitas outras que desenvolveram as ideias e sonoridades iniciadas com o Orange Juice e o TV Personalities.



Não podemos falar de indiepop sem dar a devida importância aos selos que viabilizaram a circulação dos discos lançados por tais grupos. Na cena indiepop alguns selos tornaram-se sinônimo de qualidade.



Muitas pessoas adquiriam os seus discos confiando somente na marca do selo. Havia todo um conceito por trás daqueles discos,geralmente no formato de singles de 7 polegadas, com uma tiragem baixa que logo se tornavam disputadíssimos.



A forma de distribuição era feita basicamente por meio de vendas via correio ou então distribuídos nos fanzines que traziam flexi discs encartados em cada exemplar. Furando dessa maneira o esquema de distribuição das grandes gravadoras.



Assim foi com a Sarah records, a 53rd & 3rd, Sha-la-la, Postcard e muitos outros. Segue um resumo sobre os selos mais importantes de indiepop:

Continua...


10 de outubro de 2009

Boyracer o lado punk do indiepop


Para quem acredita no senso comum de que indiepop é música de mulherzinha, som fofinho,ou representa bandas "mornas" vai mudar com urgência o seu conceito sobre o gênero quando ouvir qualquer música do Boyracer.

Banda que surgiu no início dos anos 90 da cidade de Leeds na Inglaterra e adicionou guitarras nervosas, andamentos ligeiros e vocais desafinados em 13 álbums e algumas dezenas de singles e coletâneas.


Em 2001 oficialmente a banda bateu as botas, pois o seu vocalista e mentor casou-se e mudou o seu endereço para os Estados Unidos. Mas de vez em quando a saudade é maior e rola umas reuniões com shows.

O Boyracer não era um grupo comum. Uma das bandas com maior rotatividade de integrantes, uma média de 40 pessoas já integraram a banda!



E o que eu acho mais incrível: lançaram alguns singles via Sarah records, uma gravadora com preferências folk pop mas que abriu uma exceção para som urgente e desorientado do Boyracer.


6 de outubro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 2)



Muito antes da NME "descobrir" tal cena, bandas como Biff Bang Pow!(hein?),BMX Bandits, Shop Assistants e The Pastels já estavam na ativa.


Faziam shows para poucos privilegiados e registravam suas gemas pop em singles de 7 polegadas lançados por micro selos como Whaam records, Villa21, Postcard e 53rd & 3rd.


Alguns apontam como o chute inicial do indiepop o disco "And Don't The Kids Just Love It" álbum de estréia do Television Personalities lançado em 1981. Disco tão fundamental para o indiepop, quanto o Velvet & Nico é para o indie rock.


Outros dizem que o começo de tudo está nos escoceses do Orange Juice, que lançou "You Can Hide Your Love Forever", também no início dos anos 80.


O Television Personalities fazia uma conexão direta com o punk, evidenciava isso nas gravações precárias e na postura "faça-você-mesmo" sem abandonar as melodias grudentas.


O Orange Juice também apostava todas as suas fichas no pop assobiável sem desconsiderar a veia punk de origem. Enfim as duas bandas provocaram casualmente o equilíbrio entre a melodia e a postura punk.


Dois discos que mudaram a concepção de música pop independente, que mostraram as possibilidades de fazer pop songs sem apelar para fórmulas descartáveis de sucesso comercial.






Continua...

5 de outubro de 2009

Documentário All Tommorow's Parties



Dia 14 de outubro vai ser exibido o filme All Tomorrow's Parties, documentário feito pelo pessoal da Warp records sobre um dos melhores festivais de música alternativa.

A sessão vai acontecer na Cultura Inglesa de São Paulo no Centro Brasileiro Britânico.

O festival foi criado em 1999 por gente que não concordava com o esquema de grandes festivais patrocinados por mega-corporações sem rosto.

A ideia era oferecer a curadoria do All Tomorrow's Parties para os próprios artistas.

Gente como Thuston Moore do Sonic Youth, o pessoal do Belle and Sebastian e Breeders já assumiram o comando do evento.

Nos palcos do ATP já passaram artistas como Shellac (do produtor fodão Steve Albini), os já citados Sonic Youth e Belle and Sebastian, Battles, Iggy e os Stooges, Patty Smith, Grizzly Bear e mais um monte.

Olha o trailer do filme




Serviço:

Dia 14/10, quarta, às 20h
Exibição do “All Tomorrow’s Parties - The Film”, inédito no Brasil
Apresentação do filme e sessão de perguntas e respostas com Tom Panton – produtor da WARP
Sala Cultura Inglesa do Centro Brasileiro Britânico (Duke of York Auditorium)
Rua Ferreira Araújo, 741 / Térreo – Pinheiros. São Paulo – SP.

Retirada de ingressos gratuitos:
- dia 14 de outubro das 15h às 18h30 – no Depto. Cultural - Cultura Inglesa - Rua Ferreira de Araújo, 741 – 3º andar,
- dia 14 de outubro das 18h30 até o início do filme – na recepção do CBB - Rua Ferreira de Araújo, 741 – térreo
Filme em inglês - sem legenda, com a duração 82 min.
Não recomendado para menores de 16 anos de idade.

29 de setembro de 2009

24 horas de quadrinhos e lançamentos da Samba!


Nem preciso dizer que a Kingdom Comics é a loja do meu coração. Minha segunda família, onde eu encontro as pessoas mais legais de Brasília.

Sábado vai acontecer um evento imperdível na loja: a 6º edição do 24 Hour Comic Day. Pela primeira vez a Kingdom vai participar desse evento, que tem o objetivo de criar uma revista coletiva em 24 horas, com várias pesssoas participando.


São 15 vagas. As inscrições podem ser feitas na loja, por apenas R$20,00 com direito a alimentação, seguranças e café da manhã. E muito, mas muito café (oba!).

E o melhor de tudo: além de encontrar pessoas legais e tomar cerveja você vai ter a chance de participar dos lançamentos dos novos títulos da Samba: Kowalski, Amarelo Vermelho e Laranja do LTG, e a própria revista Samba.

Não dá pra perder, né?

Serviço:

Kingdom Comics
SDS Ed. Venâncio IV Loja 24
Conic
Tel: 3223-7852

8 de setembro de 2009

FESTIVAL NO AR COQUETEL MOLOTOV


FESTIVAL NO AR COQUETEL MOLOTOV
CONECTANDO GERAÇÕES NA MÚSICA


Consagrado, o festival No Ar Coquetel Molotov chega ao seu sexto ano de vida, levando boas
surpresas ao Centro de Convenções de Pernambuco. O encontro especial de Lô Borges e
Milton Nascimento com um repertório especial do Clube da Esquina é o ponto alto da
programação que traz ainda a tão aguardada Beirut.

E outras atrações internacionais como Zombie Zombie (França), Britta Persson (Suécia), Those Dancing Days (Suécia).

Do Brasil temos gente como São Paulo Underground, Thiago Petit e Tiê e outros.
Veja a programação completa aqui

7 de setembro de 2009

Retrospectiva Biff Bang Pop - Discoteca Básica do Indiepop (parte 1)



Esta matéria saiu originalmente na edição # 04 de 2007. Feita para dar uma ideia geral da história do indiepop. Apontando as principais gravadoras e suas respectivas bandas.

Como sempre vou dividir a matéria, para combinar melhor com o espaço do blog. Além disso vou incrementar colocando alguns videos, para reforçar o teor didático da matéria.

Vamos lá!

Discoteca Básica do Indiepop


O ano era 1986, os Smiths estavam no auge e inegavelmente era a melhor banda que alguém poderia ouvir naquela época. Se você estava atrás de música pop de qualidade, teria que penar muito em busca de alguma coisa decente.



Com muita sorte você poderia encontrar uma edição da NME com uma fita coletânea encartada (que mais tarde foi lançada em disco pela Rough Trade). O nome da fita era C-86 e fazia um apanhado geral de uma cena formada por bandas que corriam por fora do que era ditado por grandes paradas de sucesso.


Seus integrantes não tinham o visual espalhafatoso do Cure, não queriam salvar o mundo como o U2, e nem acreditavam na pretensão intelectualóide de bandas como Talking Heads.



Essas bandas com suas guitarras baratas, munidas do espírito punk "faça-você-mesmo" começaram a surgir aos montes. Certas de que não queriam soar como as eleitas da mídia.


E sim mostrar algo mais simples e direto, sem deixar as melodias de lado, resgatando a inocência do pop sessentista e ao mesmo tempo com uma pegada punk menos agressiva.

Continua....

5 de setembro de 2009

Atlas Sound


Uma das minhas melhores descobertas de 2009 atende pelo nome de Atlas Sounds. É o projeto de um dos caras do Deehunter (banda americana com toques experimentais).

O som tem um clima atmosférico, mas não é chato como as canções do Cocteau Twins. A praia do Atlas Sound é outra. Me lembrou as músicas pouco conhecidas do Grandaddy, com efeitos eletrônicos na medida certa.

Já lançaram dois álbuns: O primeiro chama Let the Blind Lead Those Who Can See But Cannot Feel pela gravadora Kranky/4AD. E segundo vai sair somente pela 4AD , casa que combina muito bem com o som do Atlas Sound, e ganhou o nome de Logos.

Definição em poucas palavras: trilha sonora para dias sonolentos,de muita preguiça e sonhos confusos.

Cold and Golden e Walkbout (ft Panda Bear) são duas faixas obrigatórias para sua próxima coletânea!

3 de setembro de 2009

Blog da vez




Esta seção serve para indicar blogs bacanas que visito sempre. Vão figurar por aqui blogs sobre vários temas, não necessariamente de música. A regra é: tudo que se encaixa dentro da cultura pop. Uns nacionais e alguns gringos.

Lazy Guided Melodies - Pop, but not popular


Para começar nada melhor do que escrever sobre o Lazy Guide Melodies, blog feito pelo Gilberto Custódio. O cara é uma verdadeira enciclopédia de música independente. Tem no currículo o zine Esquizofrenia, um dos melhores de todos os tempos, tocou no Magic Crayon e sempre acompanhou a cena underground de perto.

Logo, ele tem domínio do assunto e boas histórias pra contar. No Lazy Guide Melodies você vai encontrar dicas de bandas novas e clássicas. E não pense que o teor que predomina é o indiepop. Ele aponta para vários gêneros.


Por exemplo você pode ler um post sobre a banda dos anos 60 The Strawberry Alarm Clock e logo abaixo ler algo sobre uma banda nacional dos anos 90 como Old Magic Pallas.

Apesar do domínio da música, também dá para encontrar impressões sobre quadrinhos, literatura, cinema e coisas afins.

E para embalar a leitura, o Gilberto ainda faz mix tapes temáticas (ou não!) excelentes e que ficam disponíveis para você baixar.

Passe agora mesmo!

30 de agosto de 2009

Your Favorite Songs


Quando a Selene da banda Zucchinies me contou que tinha um projeto chamado Your Favorite Songs logo pensei que fosse algo ligado à covers. Um grupo fazendo versões de suas músicas preferidas.



Entrando no myspace do Your Favorite Songs descobri que o projeto é uma dupla formada por Selene e seu pai Fernando Alge e convidados que dão uma mãozinha na bateria. E o mais importante: as composições são próprias. Nada de covers.



O som do YFS tem um quê das bandas da Siesta records, talvez por causa do leve flerte com a bossa nova. A voz de Fernando lembra vagamente o jeito de cantar dos caras do Blueboy, e a voz de Selene é perfeita para a sonoridade doce do Your Favorite Songs.



A canção Peter and Sally já entrou na minha lista de favoritos de 2009. E se você gosta de bandas como o já citado Blueboy, um pouquinho de Kostars e também da primeira fase do Club 8, você vai concordar comigo.



Entrevista Your Favorites Songs

Como foi que surgiu a ideia do projeto? Vocês sempre tocaram em casa? Lembro que a Selene me falou que começou a gostar de música quando descobriu a discoteca do Fernando.

A idéia do projeto surgiu da admiração que temos um pelo outro, tanto pessoal como artisticamente falando. Um dia percebemos que tínhamos um monte de composições na gaveta, sem uso. E aí decidimos fazer algo com elas, já que temos um gosto musical parecido (tirando a parte do metal e do rock progressivo, hahah). Já tocávamos juntos antes, até porque foi meu pai que me ensinou a tocar baixo... E acho que não tinha como eu não me interessar por música, já que cresci rodeada por referências musicais.


E as composições? São feitas em dupla também? Como funciona?

Geralmente, algum de nós chega com uma base pronta, como uma sequencia de acordes com algum esboço de letra, e então vamos para o estúdio e gravamos outros instrumentos a partir dessa base. É um processo meio de ir adicionando camadas e texturas nas gravações: tudo acontece no estúdio, as composições vão sendo trabalhadas ao mesmo tempo em que vão sendo gravadas.


Vocês já fizeram alguns shows. Tocaram com outras bandas? Como é a recepcão das pessoas? É o mesmo público da Zucchinies?

Fizemos dois shows, e um deles foi abertura pro Thiago Pethit. Acho que nosso som funciona mais quando tocado em lugares mais introspectivos, como foi no Café Elétrico, por ser acústico quando ao vivo. O público costuma ser mais receptivo em ambientes mais intimistas, e sinceramente não sei se as pessoas que apreciam nossa música são as mesmas que gostam de Zucchinies. Provavelmente boa parte sim, já que ambos os projetos tem aspectos em comum.


O que falta para finalização de um ep ou um possível album? A produção é da própria banda?

Estamos terminando a mixagem do nosso álbum. Ainda não sabemos o que acontecerá depois disso; a idéia é disponibilizar as músicas na internet e fazer um show de lançamento, mesmo que esse lançamento (ou até mesmo esse show) seja bem caseiro. Como a idéia desse projeto é, mais do que qualquer outra coisa, dividirmos experiências musicais e passarmos mais um tempo juntos, não temos pressa de nada e tudo é feito por diversão, inclusive a produção, que também é executada por nós com ajuda de amigos.

27 de agosto de 2009

Stereolab 2000 Rio de Janeiro


Uma das minhas maiores frustações foi não ver os shows do Stereolab no Brasil em 2000. Se eu não me engano além da apresentação no Rio de Janeiro eles tocaram também em São Paulo e Belo Horizonte (aqui do lado!). Não fui por falta de grana. Ou de tempo. Ou os dois. Enfim, não deu.

Desde de então passei a procurar registros de video ou áudio desses shows e ninguém sabia informar nada ou davam respostas vagas. Quase dez anos depois consigo achar alguns trechos no youtube!

E o mais impressionante: não é gravação pirata, de gente que fica gravando e pulando na frente do palco. O show foi televisionado por um canal pago! Eu simplesmente não acreditei.

O video que coloco aqui é da música French Disco, uma das minhas preferidas. Notem que a edição mistura cenas do show com a banda visitando uma favela no Rio de Janeiro. Não entendi qual foi a intenção do diretor, mas tudo bem. Vale o registro.

26 de agosto de 2009

Tributo ao Guided By Voices


Foto:kidneybingos

O tributo ao Guided By Voices já está no gatilho. Chama Don't Stop Now e vai ser lançado no dia 12 de setembro via Transfusão Noise records.


Como todo o catálogo da gravadora, eles vão disponibilizar o tributo para download. O mais incrível é a quantidade de bandas que participam, fazendo jus ao jeito de ser do Guided By Voices: Músicas curtas, liquidificando barulho com melodia sessentista.


No mínimo vale pela curiosidade, afinal são 31 bandas. Entre as mais "conhecidas" temos os seguidores do Superguidis,Kid Vinil Xperience e os caras do Continental Combo.

Segue a lista completa:

Confira o set list:

1. Carpete Florido - Surgical Focus
2. Sabia Sensível- June Salutes You!
3. Churrus - Fair Touching
4. Grasiela Piasson - Motor Away
5. Monodecks - Weedking
6. D7 - Chicken Blows
7. Fujimo - Man Called Aerodynamics
8. Bad Rec Project - A Good Flying Bird
9. Tape Rec - Unleashed! The Large Hearted Boy
10. The John Candy - The Official Ironmen Rally Song
11. Sodo - Kicker of Elves
12. Kid Vinil Xperience - Everywhere With Helicopter
13. Telerama - Game Of Pricks
14. Código Verona - No Sky
15. Superguidis - Everybody Thinks I'm a Raincloud When I'm Not Looking
16. Lê Almeida - King And Caroline
17. More Sad Hits - Office Of Hearts
18. Continental Combo - Echos Myron
19. Babe Florida - They're Not Witches
20. Butter Toffees - Dusted
21. Inspetores - Huffman Prairie Flying Field
22. Modernage - Teenage FBI
23. Belis Negra - My Valuable Hunting Knife
24. George Belasco e o Cão Andaluz - Sad If I Lost It
25. Jorg and the Cowboy Killers - Pimple Zoo
26. Han(S)olo - Smothered In Hugs
27. Surfadelica - Alright
28. Snooze - Bulldog Skin
29. Cardinall - Scalding Creek
30. Tangerines - The Girls Of Wild Strawberries
31. Coloração Desbotada - Quality Of Armor

25 de agosto de 2009

Stephen Pastel e seus discos favoritos


Foto:blackmagiplastic


O site americano de música Pitchfork tem uma das seções mais bacanudas que eu já vi em qualquer veículo de cultura pop.

A seção chama 5-10-15-20. Basicamente trata de convidar alguém do meio musical para comentar os discos ou canções que marcaram a vida da pessoa quando ela tinha 5, 10, 15 e 20 anos de idade e por aí vai. A ideia é mostrar o gosto pessoal do cara a cada cinco anos de intervalo

O que me chamou atenção foi o convidado mais recente: Stephen Pastel. Sim o herói do indiepop escocês está de volta com a sua banda The Pastels.

Entre outros comentários ele diz que aos 10 anos ouvia David Bowie e era esnobado pelos colegas de escola fãs de Yes. Aos 15 ele descobriu os Buzzcocks e passou a comprar todos os singles da loja/gravadora Rough Trade e teve a sorte de ver um show deles com o Joy Division. Aos 20 foi tragado pelo Velvet Underground. Ele conta como a banda influenciou o Pastels e boa parte da cena de Glasgow. Vide Jesus and Mary Chain.

E a seção continua até os 45. O cara tem 46 e boas histórias pra contar. Quer conferir tudo?

Então vai lá!

10 de agosto de 2009

Estalos Biff Bang Pop!


Mais uma dose (??) de Estalos Biff Bang Pop!

Notícias rápidas, dicas, links e ideias soltas.

*Abrindo a coluna ouvindo os escoceses do Second Hand Marching Band. Esse projeto formado por uma turma de 22 pessoas que integram bandas como Lula Maes, o excelente The Just Joans, Brigther Better Days e mais um monte.


O som? Folk tristonho com algumas passagens alegres. Achei razoável. Quer ouvir? Então vai lá e baixe o ep "A dance to half death"



*Zucchinies mudaram a formação. Agora ficou assim: a Maloo toma conta dos vocais, a Selene continua no baixo e convidaram um amigo (qual o nome dele Selene?) para tocar guitarra. Agora só falta alguém para cuidar da bateria eletrônica. Os interessados entre em contato com a banda



*A baixista Selene tem um novo projeto. Chama Your Favorite Songs. Apenas ela e seu pai Fernando Alge. Ouça aqui


* Boa da semana: Girl Alliance banda sueca que transita por sons suaves como King of Convenience, Blueboy e relembra o lado mais folk das bandas que fizeram o nome da Sarah records.


Com certeza uma das melhores descobertas do ano! E o melhor: dá para baixar o ep inteiro no site da Holliday records. Aliás você pode baixar o catálogo completo da gravadora. Eles deixam.

8 de agosto de 2009

Echobelly - Car Fiction


Essa semana fiz 32 anos. Sou um dinossauro dos anos 90.Bateu a nostalgia das festas daquela época. De revirar os sebos em busca da revista General. Ler todos os quadrinhos do Adrian Tomine e os livros do Douglas Coupland

Dizem que vai ser a nova febre, como aconteceu com os anos 80. Apontam vários fatores como os relaçamentos dos principais discos do Sonic Youth, Pavement e a volta do Dinosaur Jr.

Não nego que sinto falta daquela época, mas ainda acho cedo para um revival.


Em 95/96 o Echobelly vivia dentro do meu walkman. Lembro que gastei várias pilhas de tanto voltar a fita para ouvir Car Fiction, a faixa de abertura do disco On.

Car Fiction é o tipo de música que faz você dançar sem mesmo conhecer a banda. Tem uma levada tão empolgante que ao ouvir a voz cheia de entusiasmo de Sonya Madan é impossível não correr para a pista. Quer dizer: era.



Esse vídeo promocional da banda no Japão retrata bem a idéia da música.


5 de agosto de 2009

The Tartans


Ouvi os Tartans (não confunda com o grupo de rocksteady jamaicano de 67!)numa coletânea feita pelo blogueiro do My Dreams Never End. E não tocaram no Indietracks!

Nos primeiros segundos achei que fosse uma gravação dos suecos do Gentle Tuesday. É incrível a semelhança das duas bandas! Sim, com certeza eles são obcecados pelas canções do GT.

Se você gosta da fase em que o Belle and Sebastian encontra a soul music, procure ouvir The Tartans. Eles reacendem o que há de melhor no Style Council com uma forte orientação gentletuesdayana.

Uma pena que não encontrei nenhum video oficial da banda. Essa canção é a mesma da coletânea, mas a qualidade não está boa. Corra para o blog e baixe a coletânea #03 do My Dreams Never End.

4 de agosto de 2009

Speedmarket Avenue (SE)


Foto:radiomaps

Continuando a série Indietracks Indiepop Festival. Não importa se o evento já passou. Quero comentar sobre as bandas interessantes que se apresentaram no festival.

No Biff Bang Pop! gosto de manter o tom do que eu escrevo como se fosse um bate papo entre amigos. Não importa se o assunto é novidade ou não. Afinal você só conversa com os seus amigos sobre as notícias mais quentes?
Imagino que não.

Bem para puxar a conversa vamos de Speedmarket Avenue


Speedmarket Avenue

A primeira vez que ouvi falar da banda foi no forum Popkis (ainda existe Gilberto?). O Érico Maia comandava a loja virtual de indiepop Pop Polar e sempre comentava as novidades. Uma delas era o Speedmarket Avenue.

A banda sueca não é nova, beira os dez anos com uma discografia de respeito. O som passeia por indiepop e reforços do power pop. A música do clipe saiu o ano passado do forno espanhol da Elefant records. Uma injeção de ânimo para qualquer pista.


3 de agosto de 2009

Novo Ep The Pains of Being Pure at Heart

foto de diggbe


The Pains of Being Pure at Heart está com a agenda lotada até outubro. Atualmente a banda faz shows na Europa, depois volta para América do Norte. Tomara que eles entrem na lista dos festivais brasileiros.

Recentemente anunciaram no site o novo Ep que chama Higher Than The Stars com data de lançamento para o dia 22 de setembro via Slumberland e Fortuna Pop. São são cinco faixas e o disco já pode ser reservado na Insound.com



O vídeo desse show é de uma apresentação que a banda fez em Nova York. Notem que a banda tem mais um integrante dando uma força na guitarra. Eles estavam precisando mesmo. Se você pegar os primeiros registros ao vivo da banda é notável que eles não conseguiam reproduzir ao vivo o impacto do disco. Agora eles melhoraram muito.


28 de julho de 2009

Helene (UK)


Retomando os posts com um belo atraso. Peço desculpas mas é que a conexão por aqui não estava ajudando.

Bem o Indietracks Indiepop Festival já foi. Não deu para cumprir a promessa da prévia das bandas mas mesmo assim vou continuar destacando algumas:

Helene

O clima passado por meio das canções de Helene se enquadra perfeitamente no mesmo patamar de vozes como Hope Sandoval, Nico, Emma Pollock e Frida Diesen.

Para ouvidos acostumados a vozes aveludadas e para quem sente saudades do Sundays e do Cowboy Junkies. Sua discografia começou em 2003 e de lá para cá lançou três albuns. Sem contar o período em que cantou no Barefoot Contessa.
Este ano ela lançou Heliotrope. A música do clipe é desse álbum.


Qgq7OxPutsc

21 de julho de 2009

Wake The President (UK)


Wake the President

A Escócia não poderia deixar de marcar a sua presença. Além do Butcher Boy e outros o Wake the President representa muito bem a tradição de bandas como The Loft e Weather Prophet. A canção desse clipe é excelente!

Sucrette (JP)




Sucrette

A dupla japonesa eleva a mais alta potência o conceito de twee pop. Apenas com teclados, guitarras suaves e a voz infantil de Shiho eles remodelam twee com bossa nova e pop francês dos anos 60. Promete ser um dos shows mais marcantes.


Downdime (UK)



Downdime



Essa banda navega de maneira acelerada por praias visitadas por My Bloody Valentine. Como se o Wedding Present tocasse covers do MBV. Tudo com um gosto muito próprio. Guitarras estourando direto de Leeds, e ainda por cima o vocalista teve uma grande passagem como baterista do legendário Boyracer.