2 de janeiro de 2008

In Our Nature - José Gonzaléz


Show de José Gonzaléz - Dia 22 de Janeiro de 2008, Sesc Vila Mariana- São Paulo- 21:00

Porto Alegre
Quarta-feira | 23/01 | 19h
Santander Cultural (Praça da Alfândega, Centro)

Quando José Gonzaléz aportou no Brasil para algumas apresentações dentro do festival Coquetel Molotov, impressionou em cima do palco, apenas com a sua voz e violão. Na época a sua discografia era formada pelo álbum Veneer e alguns eps e singles, e o seu trabalho também era conhecido devido a inserção de suas canções em um comercial de tv, e em algumas séries como The O.C.. O segundo álbum In Our Nature, imprime a cada audição, os aspectos de solitude e introspecção apontados no primeiro disco. O folk é o alicerce para Gonzales conduzir com leveza, de maneira simples e ao mesmo tempo hipnótica, as dez canções do disco, que envolvem o ouvinte em composições agridoces.

É incrível como o violão e a voz criam a simbiose perfeita, para traduzir de modo singular as fragilidades da condição humana. Combinando sonoridades suaves e por vezes dilacerantes. Em canções como", "How Low" com seus toques graves e batidas secas emoldurando a letra que contesta as ações de guerra, Killing for Love" e "Time to send someone away", o ouvinte compartilha com o cantor sueco, temas que ficam divididos entre a fragilidade e a força, realçados por músicas inspiradas em paixões e conflitos bélicos. Há belas passagens poéticas, como em "Fold", onde Gonzalez canta: "Taking time to walk down all the aislers/ Turning over every stone/Bulding new rulers but still haven't burnt any old". Assim como no primeiro album, o cantor/compositor fez uma versão para Heatbeats do Knife, no segundo ele nos brinda com uma versão intensa em forma de folk, de "Teardrop"do Massive Attack, um dos ícones do trip-hop.

Tudo isso, faz de "In Our Nature"um dos grandes álbuns de 2007, e como todos os bons discos, se mostra atemporal, e poderia ser facilmente lançado em 1963 ou em 2025, e ainda assim continuaria encantando as pessoas, com as suas canções tocando em comerciais de tv ou na solidão de um quarto. Um disco que merece ficar ao lado dos mehores álbuns de Elliott Smith e Nick Drake.




Um comentário:

Zé(d's) disse...

BELA CANÇAO... MAS NÃO OUVIRIA UM DISCO INTEIRO NESSE RITMO... DORMIRIA NA MUSICA TRES