27 de maio de 2010

Show Clientele no Reino Unido


Foto: David Emery

Clientele no Institute of Contemporany Arts 09/04/2010

Por Mariana Ricci *




Desde o lançamento de seu mais recente album ‘Bonfires on the Heath’ há quase um ano atrás, é nitido o sentimento de ‘derrota’ que ronda o vocalista e compositor da banda Alasdair MacLean. Os rumores de que o Clientele nao lançará mais discos e a confirmação que não há intenção de continuar prensando o material antigo da banda (pelo menos no Reino Unido) é assustadora para fãs mais ardorosos como eu. O motivo é a falta de sucesso comercial que a banda alcançou. Apesar de fazer parte de um prestigiado selo nos USA (Merge Records) e shows com ingressos esgotados; em sua terra natal a apatia da midia e público é critica.



Ao vivo, a banda soa tão maravilhosa quanto em seus albuns. Alasdair e seu estilo peculiar de tocar guitarra é o maior destaque ao vivo. Tanto durante as composições plácidas, até as mais animadas, seu estilo permeia como o grande diferencial da banda. Nesse sentido, o show de retorno do Clientele ao Reino Unido após uma turnê de 5 semanas nos Estados Unidos foi parcialmente decepcionante.



Os membros da banda estavam fisicamente desgastados (a violinista e tecladista Mel estava completamente sem voz e não pode fazer backing vocals em diversas músicas) e vários problemas técnicos não contribuíram. A plateia era mais velha do que o habitual e menos pessoas conheciam as músicas – o que fez de mim, dançando, pulando e cantando letra por letra algo peculiar.



O set list continha todas as músicas regulares como ‘The phantom’, ‘We could walk together’, ‘Lamplight’ e ‘Since K got over me’ (esta sempre de abertura) e mais algumas do último album (Harvest time, Bonfire on the Heath, I wonder who we are). A surpresa do set foi ‘Reflections after Jane’, parte da compilação dos primeiros singles da banda Suburban Lights, mas novamente os problemas técnicos e até mesmo de afinação não fizeram jus à composição.



Como grande fã, poder ve-los ao vivo é sempre um prazer, mas é nitida a desilusão que os ronda (após tocar uma sequência de três musicas, Alastair fala à plateia: "essa foi uma sequência de não-hits") que acaba por impactar diretamente a performance.



Ainda assim, as belíssimas canções ressaltam e fazem a experiência como um todo gratificante.


*Mariana Ricci é de São Paulo e mora no Reino Unido desde 2006. Apaixonada por indie pop e rock alternativo, Mariana viu ao vivo grandes nomes da música como Iggy Pop, My Bloody Valentine; e outros muito queridos como Harvey Williams e The Pastels.

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