Há 5 anos
7 de novembro de 2008
Vaselines no Brasil
Bem, esta matéria escrevi para o Biff Bang Pop versão impressa. Publicada em maio de 2007. Na época eu nem imaginava que o Vaselines voltaria e ainda mais tocaria no Brasil!!!
Mas eu acredito em sonhos, e um deles vai se realizar agora com a apresentação da banda escocesa no Brasil.
E para coroar o sonho a banda de acompanhamento tem nada mais nada menos que alguns integrantes do Belle and Sebastian.
Quem se importa com grandes festivais? Quem se importa com o último grito da NME?
Com vocês Vaselines:
The Vaselines
Praticamente ignorado em vida, o Vaselines encontrou “fama” graças a uma forcinha do fã Kurt Cobain. Ainda hoje cultuada a banda deixou uma mínima, porém brilhante discografia.
Glaidson Medeiros
Provavelmente quando em 1992 o Nirvana lançou uma versão de “Son Of A Gun” poucas pessoas sabiam de quem era a canção. O Nirvana vez por outra surpreendia seus fãs com versões inusitadas de bandas praticamente desconhecidas do grande público, como “Love Buzz” do Shocking Blue, e “The money will roll right in” do Fang. Mas sem dúvida nenhuma o Vaselines foi a queridinha quando se tratava de fazer versões. O vocalista Kurt Cobain era mais um fã apaixonado pelos escoceses. Escrevia cartas elogiando a banda, e sempre citava os Vaselines nas entrevistas. Além de gravar “Son of a Gun”, o Nirvana fez versão para “Molly’s Lips” e no acústico para a MTV eles gravaram “Jesus doesn’t want me for a sunbeam”. A partir de então o Vaselines passou a ser notado por um público que estava alheio ao que veio antes do Nirvana e descobria aos poucos que existia um mundo além do canal que um dia foi especializado em música.
Mas quem foi o Vaselines? Formada na fértil cena da Classe de 86 em Edimburgo na Escócia, eles conseguiram ficar no mesmo patamar dos seus colegas de cena, como Weather Prophets, The Shop Assistants e Pastels. A banda tinha como principais integrantes Eugene Kelly e Frances McKee. Os dois cantavam e tocavam, juntamente com Charles Kelly (irmão de Eugene) na bateria e James Seegan no baixo. Algumas canções eram cantadas por Eugene, outras ficavam a cargo da doce voz de Frances, e vez por outra saiam belos duetos embalados por três acordes, energia punk, e melodias no mais alto grau de candura pop.
Durante a curta carreira da banda eles gravaram um punhado de singles por selos independentes como 53rd and 3rd, por onde lançaram o seu primeiro registro em vinil, o single “Son of a Gun”, produzido por ninguém menos que Stephen Pastel (ícone da cena escocesa e líder dos Pastels). Também lançaram singles e eps por gravadoras como Seminal Twang, Avalanche, Rough Trade e até mesmo a Sub Pop.
As letras da banda giravam em torno de relacionamentos, observações cotidianas e religião. Tudo sob um ponto de vista pueril. Em “Slushy” Eugene faz dueto com Frances e cantam versos como “Long brown hair, eyes were green/ Prettiest girl I’ve ever seen/ And you’ll never miss what you never had”.
Nas canções com temática religiosa como “Teenage Jesus Super Star” encontramos letras carregadas de humor e ironia: “I'm a teenage Jesus superstar without a mighty cross to bear/ And when mom complains about my hair/ I say hey mom I just don't care”.
Essas duas músicas podem ser encontradas em duas compilações de singles da banda, já que conseguir os discos originais é uma tarefa praticamente impossível. A mais conhecida delas é a “The Way of Vaselines: A Complete History” lançada via Sub Pop. A outra saiu pela Avalanche, gravadora situada na cidade natal da banda e chama-se “All The Stuff And More...”. Basicamente as duas têm as mesmas músicas, só mudam a ordem e alteram alguns títulos como “Teenage Jesus Superstar” que ficou “Teenage Superstar” na coletânea da Sub Pop, assim como “Dying For Some Blues” virou “Dying For It (the blues).
Essas duas compilações saíram algum tempo depois do fim da banda ocorrido em 1989. Ambas tem todos o “hits domésticos” da banda, estão lá : “Rory Ride Me Raw” cantada por Eugene com uma levada muita boa, basicamente voz e violão. Também temos “You think you’re a man” cover de Divine (ator-travesti que figurou em alguns filmes de John Waters), além das divertidas “Monster Pussy” e “The Day I Was a Horse”.
Um ano depois eles voltaram a pedido de Kurt Cobain para abrir um show do Nirvana em Edimburgo, onde Cobain realizou o sonho de cantar ao lado de Eugene Kelly. Em 1993 Kelly formou o Captain America que chegou a lançar dois eps antes de ser ameaçado por meio de um processo para mudar o nome da banda (movido pela a editora de histórias em quadrinhos Marvel) que acabou virando Eugenius e gravou seu último álbum em 1994 e vez por outra faz participações em projetos.
O mais recente foi o Future Pilot A.K.A que tem como integrantes o pessoal do BMX Bandits, Belle and Sebastian, Delgados e uma infinidade de bandas escocesas. Por fim Frances Mackee virou professora de yoga e formou o Suckle, banda com sonoridade folk e chegaram a lançar um álbum via Chemikal Underground e já excursionaram com o Teenage Fanclub e participaram de shows beneficentes com os amigos do Belle and Sebastian.
Serviço:
SP Noise Festival
PROGRAMAÇÃO:
SEXTA 21/11
Palco 1: Black Mountain (Canadá), Motek (Bélgica) e The Tormentos (Argentina)
Palco 2: Flaming Sideburns (Finlândia), Os Ambervisions (SC) e Black Drawing Chalks (GO).
SÁBADO 22/11
Palco 1: Vaselines (Escócia), The Ganjas (Chile) e Calumet-Hecla (USA)
Palco 2: Black Lips (USA), Do Amor (RJ) e Homiepie (SP).
SERVIÇO:
SP Noise Festival
21 e 22 de novembro
Eazy . Av. Marquês de São Vicente, 1767 . Barra Funda . SP
Tel: (11) 3611 3121.
Ingressos:
21/11 (sexta-feira) . R$55 (antecipado) R$65 (no dia)
22/11 (sábado) . R$65 (antecipado) e R$80 (no dia)
Ingressos antecipados na Sensorial Discos . Rua 24 de Maio 116 (Rua Alta) . Centro . SP . Tel (11) 3333 1914
Censura: 16 anos
Abertura da casa às 18:00 na sexta e às 17:00 no sábado
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Um comentário:
eu tenho esta edição:)
aliás... versão impressa nunca mais?
beijo e até o show!
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